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quinta-feira, novembro 13, 2008

Os telefones celulares e outros riscos em áreas classificadas

Em 6 de marco de 2002, o boletim da National Safety Alert, menciona um incêndio resultante do uso de telefone celular. O incêndio foi um “flash fire” (incêndio que se inflama rapidamente em presença de mistura de combustão de mistura gasosa, incêndio em nuvem) numa plataforma no Golfo do México da OCS.

O boletim relatou que uma empresa especializada em painel em instrumentação, contratada para execução de serviço, estava trabalhando na plataforma, em um painel principal de controle que usava o fornecimento de gás para instrumentação. O funcionário da empresa afirmou que carregava um telefone celular e estava ligado, tocou quando estava trabalhando no painel. O funcionário alegou quando acionou a tecla do telefone celular para responder à chamada, um “flash fire” ocorreu causando queimaduras de segundo grau no antebraço e queimadura superficial no nariz e nas faces (bochechas). Em virtude disto, o boletim da National Safety , foi publicado, acreditando‑se que o telefone celular poderia ter inflamado os gases ou os vapores na área aberta da plataforma, no painel principal de controle, quando o telefone foi acionado para receber a chamada.

Tanto a MMS ( Minerals Management Service - Agência Americana de Serviço de Exploração de Recursos Minerais) e a empresa conduziram investigações independentes deste incidente.

A MMS constatou que o painel principal de controle da plataforma foi soldado com várias tubulações. Depois que o “flash fire” ocorreu, uma das tubulações foi encontrada com fissura. Assim o vazamento do gás do painel de instrumentação forneceu a fonte do combustível para o “flash fire”.

Como a parte da investigação da empresa para este incêndio, ela enviou o telefone celular envolvido no “flash fire” a um laboratório de teste independente. No laboratório, o telefone celular e um modelo idêntico foram testados em um ambiente explosivo sob as piores condições para o caso.

Estes testes consistiram a colocação do telefone em uma câmara de teste, contendo uma mistura explosiva de oxigênio enriquecido com propano e metano. No interior da câmara de teste foram executadas as seguintes funções do celular;
■ o telefone foi ligado e desligado
■ o telefone foi ativado e desativado com o celular ligado
■ ligações e chamadas fora feitas
■ a função de recado foi ativada
■ a bateria foi removida abruptamente com o celular ligado
■ a bateria foi removida e instalada com o celular desligado

Embora a bateria do celular proporcionou energia suficiente para inflamar os gases durante o teste, não a fez. . Em conseqüência, era a opinião do laboratório de teste independente que é improvável que o telefone celular inflamaria uma mistura inflamável de metano ou de propano sob as condições reais do campo e que a causa do “flash fire” era outra do que o celular.

Baseado nesta informação e da investigação da MMS, os investigadores foram incapazes de identificar conclusivamente a fonte de ignição do incêndio. Entretanto, não foram descartadas as hipóteses; da possibilidade que o fogo poderia ter sido inflamado pela eletricidade estática, por uma faísca da porta do painel principal de controle com um metal, ou por um golpe de uma chave no interior do painel de controle.
Para impedir incidentes similares no futuro, a MMS recomenda os seguintes procedimentos:
1-As prestadoras de serviços devem conduzir análises detalhadas de segurança de trabalho antes de atribuir tarefas que requerem o trabalho em áreas classificadas em um ambiente de hidrocarboneto
2-Situação, classe 1, divisão 1, tais como gabinetes principais do painel devem claramente ser colocados etiquetas com um aviso sobre a presença de vapores inflamáveis.
3-As prestadoras de serviço devem verificar que o material apropriado é usado para soldagem dos painéis de controle dos meios de hidrocarboneto
4-As prestadoras devem estar cientes que os telefones celulares, pagers, computadores, ferramentas, câmeras, equipamentos de vídeo, dispositivos eletrônicos, e os instrumentos eletrônicos podem criar uma fonte de ignição em uma área classificada. As prestadoras devem treinar seu pessoal no uso destes dispositivos em um ambiente de hidrocarboneto e incluí-los na permissão de trabalhos a quente como necessário para operações seguras.
5-Permitir apenas a utilização de dispositivos eletrônicos que foram testados, aprovados e certificados por laboratórios independentes, tais como; Factory Mutual (FM) e laboratórios de underwriters, certificando-os para o uso em classe I, grupo D, em localização.
6-O uso de equipamento eletrônico portátil intrinsecamente seguro, que usam componentes com baixa capacitância, disposições especiais de painéis, e técnicas de encapsulamento que se encontram com padrões restritos (por exemplo, API-American Petroleum Institute- RP 14F e 14FZ) para o uso nos ambientes perigosos devem ser considerados.

Fonte: National Safety Alert No. 5 - March 6, 2002, National Safety Alert No. 6 - November 5, 2002 - MMS – US Department of the Interior Minerals Management Service

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posted by ACCA@12:52 AM