Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

sábado, março 31, 2012

Colocação errada do colar cervical na vítima

Um torcedor do Fluminense identificado como FAF, de 52 anos, sofreu uma queda no fosso do Engenhão durante o primeiro tempo da partida contra o Vasco, pela final da Taça Guanabara, na tarde de domingo, 26 de Fevereiro de 2012. O acidente ocorreu quando ele comemorava o pênalti sofrido pelo jogador do seu time.

Durante o atendimento inicial feito pelos padioleiros do estádio, a colocação do colar cervical foi colocada de maneira errada (ver foto, invertido).

Quando os bombeiros chegaram ao local, perceberam que o colar cervical estava invertido, diante disso, a equipe fez a estabilização da cervical para, então, corrigir o posicionamento do dispositivo e realizar a estabilização na prancha.

A imagem do torcedor no chão retrata o momento em que “o colar está sendo reposicionado e não colocado” pelos militares. Logo após a chegada dos bombeiros, a vítima foi levada para o centro médico do estádio com suspeita de fratura no punho esquerdo e antebraço. Ele também teve trauma de face e abdominal após queda de uma altura de cerca de cinco metros.

Fonte: UOL – 27 de fevereiro de 2012

Comentário:
Caso a vítima tenha sofrido um trauma de cabeça, pescoço ou estiver se queixando de dor na região vertebral ou se o acidente simplesmente possuir potencial de causar lesão, você deve imediatamente tratar o paciente como se uma lesão de coluna tivesse ocorrido.
É importante o treinamento para colocação do colar cervical e bem como a sua escolha para não aumentar a lesão. É importante o uso do tamanho apropriado. O colar muito pequeno poderá não prover a imobilização suficiente, enquanto o colar muito grande poderá levar a uma hiper-extensão cervical no paciente. A escolha do tamanho ideal para o paciente é feita calculando-se a distância entre uma linha imaginária no ombro onde o colar ficará apoiado e a base do queixo.

Vídeo:

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quarta-feira, março 28, 2012

Prevenção de incêndio de origem elétrica

A eletricidade é a mais comum e onerosa das fontes de ignição de incêndio e explosões em indústrias. Entretanto, ela é, ao mesmo tempo, vital ao funcionamento da instalação industrial (maquinário/equipamento de produção, iluminação, dispositivos de controle, computadores, etc).

Foto: Explosão de transformador
Ao prevenir incêndios de origem elétrica, a empresa estará evitando a desagradável possibilidade de ter de reprogramar os recursos para reparar equipamentos avariados e a reconstrução de prédios.

Em alguns casos, a substituição de uma peça do equipamento (especial¬mente fabricado sob encomenda ou em outro país) acarretará uma paralisação prolongada e queda na produção. Quando operado e mantido de forma adequada, o equipamento elétrico durará mais e funcionará com mais eficiência e menor consumo de energia.

O DESAFIO
Incêndios causados por eletricidade normal¬mente ocorrem por sobreaquecimento ou formação de arco elétrico.

Registros de acidentes elétricos nos USA;
■Estimativa de perdas monetárias de quase US$ 400 milhões de dólares em 1993, por problemas elétricos, de instalações industriais seguradas pela FM Global
■Nos USA, mais de 600 pessoas morrem anualmente por choque elétrico, 30.000 sofrem acidentes não fatais e 80% dos ferimentos elétricos são causados por arco elétrico e bola de fogo em conseqüência, que inflamam os vestuários dos eletricistas.
■A cada ano nos Estados Unidos, estima-se que ocorram até 41.500 incêndios residenciais causados pela fiação elétrica, resultando em 1.400 feridos e 350 mortes, com danos materiais estimados entre US$650 milhões a US$1 bilhão.

ELETRICIDADE
Como a eletricidade provoca um incêndio? Normalmente, a corrente elétrica circula por um condutor (fio ou cabo), encontrando resistência. Essa resistência gera calor que, em um condutor adequadamente dimensionado, é dissipado. No entanto, há geração de calor excessivo prejudicial por;
■sobrecarga, formação de arco,
■defeitos de alta ou baixa impedância,
■alta resistência (baixa condutividade) em conexões mal feitas ou por resfriamento ou dissipação inadequadas de calor normal.

Na maior parte das vezes, incêndios de origem elétrica relacionam-se com a fiação. Com centenas de quilômetros de fios em uma grande instalação industrial, há muitas oportunidades para condições perigosas se desenvolverem.

Instalações malfeitas ou condições de operação podem provocar afrouxamento de conexões e emendas. É freqüente essas condições envolverem a fiação. É possível haver um incêndio quando o isolamento de um fio ou cabo estiver avariado por uma série de razoes:
■sobrecarga, impacto, abrasão, corrosão, umidade ou simplesmente envelhecimento;
■ou pelo afrouxamento das conexões e
■ emendas devido a instalações mal feitas ou condições de operação como vibrações.

E se a falha ocorrer em cabos agrupados, o incêndio decorrente pode danificar gravemente os cabos e equipamentos e construções próximas.

Lembre-se: a fiação encontra-se, em geral, em espaços confinados. O início de um incêndio em determinado local pode crescer de forma considerável antes de ser descoberto.

Depois da fiação, a fonte mais freqüente de ignição de origem elétrica é os motores.

Há três causas básicas de incêndios:
■disfunções elétricas (fugas de corrente, formação de arcos, sobretensões por raios),
■sobreaquecimento (por sobrecarga, ocorrência de monofase, ventilação inadequada),
■e defeitos em rolamentos (causados por lubrificação inadequada).

Não se esqueça, tampouco, que problemas elétricos em equipamentos-chave de operação e produção podem acarretar perdas elevadas mesmo não ocorrendo um incêndio. Problemas elétricos causam, todos os anos, avarias nos equipamentos e interrupções indesejáveis e prejuízos elevados.

PROTEÇÕES ELÉTRICAS
Cada componente de equipamento elétrico, cada aplicação e cada ambiente operacional exigem proteções específicas; entretanto, diversas regras gerais são válidas.
Escolha o equipamento adequado, de acordo com o projeto e demandas de operação e condições do ambiente. Instale-o de acordo com as normas e manuais do fabricante; ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, National Electrical Code e Manuais do fabricante.

COMO INICIAR UM PROGRAMA
A fim de obter o melhor aproveitamento em termos de custo-benefício da proteção a empresa, deve avaliar o papel da prevenção (ou com auxílio de um consultor) envolvendo a prevenção de ignição de origem elétrica na estratégia global de gerenciamento de riscos de sua empresa.

Primeiro, a empresa terá de assegurar boas condições básicas das instalações elétricas, as quais incluem manutenção adequada e programa de manutenção .

Dependendo da natureza de suas operações e das implicações da paralisação de operações dos negócios, a empresa pode escolher trabalhar em um nível de prevenção mais alto e dirigido, ampliando para um programa mais rigoroso de prevenção de perdas por eletricidade.
A empresa encontrará seu nicho em algum lugar entre o nível básico, de proteção localizada, e o nível dirigido, que demanda mais envolvimento e colaboração. Embora possa não ser necessário em todos os tipos de empresas, o nível dirigido certamente diminuirá o número de perdas.

RELACIONAMOS DE FORMA RESUMIDA OS ELEMENTOS¬-CHAVE PARA PREVENÇÃO DE PERDAS ENVOLVENDO ELETRICIDADE.

Elementos Elétricos Básicos
■em um bom programa de prevenção de perdas por eletricidade, os sistemas elétricos têm proteção adequada;
■dispõe-se de equipamento elétrico apropriado à ocupação (tipo de uso da área) e do modo recomendado de operação;
■os ambientes elétrico e físico de operações contribuem para manter o equipamento limpo, frio e seco;
■há manutenção adequada.

Os funcionários são treinados na operação correta do equipamento, conhecem os tipos de problemas elétricos que podem resultar em incêndio e sabem exatamente o que fazer quando ocorrem disfunções elétricas. Eles têm autonomia para desligar o equipamento na eventualidade de problemas.

ELEMENTOS ESPECÍFICOS INCLUEM:
Existência de dispositivos básicos de proteção elétrica, como disjuntores, interruptores, onde necessário
Existe uma variedade de dispositivos de proteção elétrica para evitar avarias na ocorrência de condições anormais, como voltagem excessiva, sobrecorrente ou queda de um raio. Os dispositivos incluem; fusíveis, interruptores de circuito, proteção da instalação elétrica contra os efeitos térmicos em serviço normal (riscos de incêndio, choques elétricos), proteção contra as sobrecorrentes, proteção contra as sobretensões, interruptores diferenciais. Esses dispositivos limitam ou interrompem o circuito antes que sobrevenham condições mais sérias, como um incêndio.

Funcionários bem treinados, mantidos atualizados quanto à manutenção e operação adequadas de seus equipamentos, bem como quanto aos riscos elétricos e de ocupação

TREINAMENTO DE FUNCIONÁRIOS
Os funcionários recebem treinamento formal para conhecer o equipamento elétrico em suas áreas de trabalho, a operação adequada, os perigos associados ao equipamento e aos ambientes vizinhos, para reconhecer quando o equipamento não está funcionando bem e o que fazer na ocorrência de uma disfunção.

USO DE PROCEDIMENTOS DE ISOLAMENTO E ETIQUETAGEM
Recomenda-se procedimento escrito de isolamento e etiquetagem que compreenda os passos seguintes: primeiro, desenergize o circuito; coloque etiqueta e isole o dispositivo desconectado; em seguida, teste o circuito para verificar a inexistência de voltagem; então, aterre o circuito.
Os funcionários devem compreender a necessidade de tomar certas precauções antes de trabalhar com equipamentos elétricos. Estas incluem: desligar o equipamento, travar seus controles na posição “desliga” e etiquetá-lo de forma apropriada para alertar os outros do trabalho em andamento.

CONHECIMENTO DE RISCOS ESPECIAIS, USOS ESPECÍFICOS E MODIFICAÇÕES NA OCUPAÇÃO
Em áreas onde líquidos inflamáveis, pós ou fibras combustíveis são processados, os equipamentos elétricos instalados devem estar protegidos e especificamente aprovados para os riscos inerentes as condições existentes. De outra forma, a formação normal de fagulhas e arcos elétricos na operação de equipamentos pode inflamar os vapores, gases, poeira ou sujeiras com violência explosiva. Veja as normas compatíveis tais como; NBR, IEC (Comissão Internacional de Eletricidade) NEC (National Electrical Code) que enumera os equipamentos para locais perigosos.
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Alterações nos processos podem requerer uma mudança em seus equipamentos elétricos. Se, por exemplo, um líquido não inflamável for substituído por um liquido inflamável, pode ser necessário substituir os equipamentos elétricos da área.

PROGRAMA DOCUMENTADO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA PARA EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
A maioria dos equipamentos elétricos e dispositivos de proteção deve passar por manutenções de forma regular, programada e registrada a fim de se evitar os altos custos da paralisação da produção por uma pane inesperada. Manutenções documentadas fornecem um registro preciso do que foi feito e por quê. Com o tempo, possibilitam análises de tendências, previsões de longo prazo de deteriorações e tempo hábil para planejamento de ações corretivas.

PROGRAMA DOCUMENTADO DE TESTES, EM CONCORDÂNCIA COM AS RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS E DOS FABRICANTES
Há vários procedimentos precisos de testes que indicarão o estado do equipamento sob teste. Projetos especiais e o tipo de serviço podem requerer freqüência e tipos diferentes de testes (como a realização de testes geral de óleo e análise de gás no transformador). Os manuais de manutenção do fabricante, para cada equipamento específico, devem estar disponíveis e ser usados com as recomendações técnicas, para o desenvolvimento de um pro¬grama prático de testes elétricos.

AÇÕES CORRETIVAS SÃO EFETUADAS IMEDIATAMENTE QUANDO QUAISQUER DEFICIÊNCIAS ELÉTRICAS , SÃO IDENTIFICADAS
Muitas perdas ocorrem por deficiências aparentemente insignificantes, como conexões frouxas, ambiente operacional inadequado (limpeza e ventilação) e aterramento não contínuo. Não é necessária formação especial para reconhecer esses defeitos e corrigi-los. No entanto, se ignorados, esses pequenos problemas podem se transformar em grandes perdas.

DISPONIBILIDADE IMEDIATA DE UM ELETRICISTA EXTERNO PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS
Especialmente em empresas pequenas, pode não haver uma equipe permanente de manutenção e os consertos podem ser realizados habitualmente por especialistas, como eletricistas. Certifique se de que um contratante local possa atender prontamente a suas solicitações de serviço.

ELEMENTOS DIRIGIDOS
Em algumas empresas onde se podem esperar perdas elevadas por problemas elétricos, à administração deve apoiar um programa mais amplo de prevenção de perdas por eletricidade. Isso envolve testes e manutenção, apoio de pessoal próprio de eletricidade e instalação adicional de proteção adequada.
Um programa dirigido inclui todos os elementos de prevenção de perdas por eletricidade acima mencionados, ampliados ou modificados da seguinte forma:

UTILIZAM-SE TERMOGRAFIA ANUALMENTE POR PESSOAL HABILITADA
Um acréscimo no fluxo de corrente elétrica em equipamentos elétricos, resultante de sobrecarga e alta resistência em conexões mal feitas, produzirá uma quantidade maior de calor. Fotografias de infravermelho podem detectar tal problema em estágios iniciais, antes da ocorrência de pane ou incêndio. Este pode muito bem ser o único e mais importante procedimento de manutenção elétrica.

Foto:  Termovisor, que executa; gravação da imagem, download da imagem e dados e criação e compartilhamento de relatórios

A imagem de termografia é recomendada para uma grande variedade de equipamentos, como cabos, comutadores, motores, geradores, isolantes, mancais e transformadores. E especialmente útil onde o fornecimento de energia não possa ser interrompido e em operações onde vibrações fortes tendam a afrouxar as conexões.
A imagem possibilita melhor planejamento e previsão de custos de manutenção. Determina se os equipamentos requerem ou não cuidados imediatos.

Foto: A imagem do lado esquerdo, situação dos disjuntores , no estado normal. A imagem termográfica do lado direito, detecta aquecimento acima do normal dos disjuntores.

Pode-se também usar um scaner para verificar consertos e assegurar que os mesmos tenham sido devidamente executados.
A inspeção termográfica deve ser realizada por pessoal especializado.

UM PROGRAMA DOCUMENTADO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, CONFORME ESPECIFICADO PARA UM PROGRAMA BÁSICO, É SEGUIDO E INCLUI AS RECOMENDAÇÕES DOS FABRICANTES QUE EXCEDAM AS RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS
Mais próximos de seus produtos, os fabricantes mantém-se informados da história da operação do equipamento por feedback dos clientes, pessoal de vendas e de serviços e revende¬dores. Pode haver características especificas de um produto que o seu fabricante acredite merecerem considerações especiais de manutenção.
Pode-se, também, recomendar manutenção rigorosa na introdução de um novo produto, até que se obtenha uma história operacional. Feito isso, pode-se executar um programa de inspeção de acordo com o histórico.

O programa de manutenção não inclui inspeções inteiramente registradas para detecção de quaisquer defeitos, a freqüência da inspeção será determinada, pelo tipo de deficiência e de ocupação
Especialmente onde haja possibilidade de uma interrupção prolongada de operações ou onde uma disfunção elétrica possa causar avarias excessivas, um programa mais rigoroso de manutenção faz-se necessário, mesmo para problemas que pareçam menores. Problemas aparentemente pequenos e ignorados têm, com bastante freqüência, resultados em incêndios ou panes de equipamentos severos e onerosos.

Um exemplo de um problema aparente¬mente pequeno: O acionamento de disjuntores no circuito dos computadores pessoais do escritório. As pessoas podem considerar o problema pequeno e fazer uma interpretação errada da causa. A causa pode ser séria: uma carga não-linear no sistema elétrico, produzindo sobreaquecimento no circuito neutro. Isso, por sua vez, pode deteriorar a isolação e causar ignição elétrica.

Um eletricista, presente na empresa pelo menos durante o turno principal, é responsável pela manutenção elétrica preventiva e por testes onde houver equipamentos elétricos em uso
É sensato dar suporte ao seu investimento nos sistemas elétricos com a disponibilidade, em tempo integral, de um especialista em manutenção elétrica para monitorar o sistema e fazer ajustes e reparos rapidamente sempre que necessários. Uma pessoa experiente pode, também, determinar quais as peças sobressalentes para o equipamento elétrico deve haver em estoque, possibilitando um investimento racional em sobressalentes.

Uma empresa de manutenção elétrica, competente, deve estar disponível 24 horas para lidar com qualquer situação, na eventualidade de catástrofes ou de um problema que ultrapasse o conhecimento do pessoal interno de manutenção
Diante da diversidade e complexidade de equipamentos e sistemas elétricos em muitas instalações, deve haver disponibilidade de um parceiro confiável e tecnicamente competente para reforçar a sua equipe de manutenção. Como exemplo, um incêndio ou acidente em equipamento, o seu pessoal pode ter dificuldades para dar conta de todo o trabalho repentinamente necessário.

Em outras situações, apesar de seu pessoal ser capaz de diagnosticar o problema, os reparos precisam ser feitos na oficina do fabricante, ou em uma empresa autorizada de serviços. O conhecimento da capacitação e disponibilidade de tais empresas de serviços deve fazer parte de seu programa de manutenção. É interessante cadastrar empresas de manutenção elétrica para serem utilizadas em serviços extraordinários ou especializados.

ANÁLISE INICIAL
Na análise das instalações da empresa use o questionário a seguir para avaliar a situação e ajudar a decidir quais mudanças são necessárias.

ELEMENTOS BÁSICOS
1. Há dispositivos básicos de proteção elétrica, onde necessários
2. Os funcionários estão bem treinados, e são atualizados, quando necessário, em relação a riscos elétricos, operação adequada de equipamentos elétricos e sinais indicativos de problemas iminentes com os equipa¬mentos
3. Há procedimentos escritos de isolamento e etiquetagem sempre usados pela engenha¬ria de manutenção e por trabalhadores de empreiteiras na execução de tarefas de manutenção
4. A seleção de equipamentos elétricos é feita de acordo com os riscos existentes e são substituídos, sempre que necessário, quando os riscos mudam
5. Há um programa documentado de manutenção preventiva, em concordância com as recomendações técnicas
6. Há um programa documentado de testes, de acordo comas recomendações técnicas e dos fabricantes
7. Ações corretivas são efetuadas imediata¬mente quando quaisquer tipos de deficiências são identificadas
8. Um eletricista de confiança e capaz pode ser chamado, sempre que necessário, para verificação de problemas

ELEMENTOS DIRIGIDOS
Todos os elementos básicos acima vigoram, com as complementações e modificações seguintes:
1. Análise termográfica dos equipamentos elétricos realizados anualmente por empresa habilitada
2. O programa básico de manutenção é segui¬do, bem como as recomendações dos fabricantes
3. Um programa básico de testes documenta¬do é seguido. Seguem-se também as recomendações do fabricante que excedam as recomendações técnicas
4. Efetuam-se inspeções inteiramente registradas para detectar quaisquer tipos de deficiências, com a freqüência a ser determinada, dependendo do tipo de deficiência e ocupação.
5. Há um eletricista na empresa por pelo menos um turno, responsável pela manutenção preventiva e por testes nas instalações elétricas da empresa
6. Há um serviço externo competente, disponível 24 horas, para lidar com qualquer situação na eventualidade de uma catástrofe ou de um problema que ultrapasse o escopo do pessoal interno de manutenção

ELEMENTOS ADICIONAIS
Detalhe que elementos adicionais, dirigidos as suas necessidades especificas de seu programa deve conter:

Fonte: FM - FM Global , NFPA Journal Latinoamericano – setembro/2004, Pritzker, Ruohonen & Associates - 2005

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sábado, março 24, 2012

Tragédia silenciosa na estrada – sonolência e doenças crônicas

Sonolência

O alerta do SOS Estradas é baseado em estudos fundamentados, como o realizado pela Universidade Federal de São Paulo, em que ficou constatado, em entrevistas e exames de 400 motoristas de linhas longas, que 55% desses profissionais cochilam ao volante.

Seria interessante, que o efetivo dos motoristas das empresas envolvidas em acidentes graves fossem examinados em laboratório do sono, por médicos especializados e as conclusões divulgadas.

LOCAL DE DESCANSO INADEQUADO
O cansaço dos motoristas de ônibus foi denunciado recentemente por motoristas, em matéria veiculada na mídia. Inclusive motoristas admitiram tomar medicações proibidas para manterem-se acordados. Denunciaram ainda que, em algumas garagens, chegam a dormir 16 motoristas no mesmo alojamento. Enquanto os pilotos de linhas comerciais dormem em quartos individuais em bons hotéis, os motoristas de ônibus dormem em garagens, com vários colegas, com todos os inconvenientes de um local onde ocorre permanente movimentação de pessoas e veículos. Por dormirem, muitas vezes na garagem, estão à disposição da empresa para serem acordados quando surgir necessidade. Não se tem conhecimento, por exemplo, de que companhias aéreas coloquem pilotos dormindo nos hangares.

Algumas empresas de ônibus já perceberam problemas relacionados às condições de sono dos motoristas, e estão desenvolvendo ações práticas, tratando os motoristas clinicamente, inclusive visitando as residências dos mesmos, para ver em que condições dormem, e até financiando a compra de colchões adequados.

É bom salientar, que os estudos da Unifesp têm recebido reconhecimento internacional.

Em estudo realizado pelo SOS Estradas, denominado: "Morte no Trânsito: Tragédia Rodoviária", em 216 acidentes de ônibus, divulgados pela mídia entre janeiro de 2002 e março de 2004 concluiu;
■ ocorreram 99 acidentes com ônibus sozinho, sem envolvimento de nenhum outro veículo que provocaram, no local, a morte de 337 pessoas e ferimentos em 1.964 pessoas.
■ os demais 117 acidentes, incluindo os que ocorreram com envolvimento de outros veículos, provocaram 305 mortes.
■ os acidentes, sem envolvimento de outro veículo, indicam dois fatores principais: cansaço ou excesso de velocidade.

COCHILO
Quando o motorista cochila ao volante, ele não reage e sai da pista ou colide na velocidade em que estiver, aumentando a gravidade do acidente, número de feridos e mortos. Nesses casos podem ser incluídos, por exemplo, os acidentes com invasão de pista contrária e colisão traseira.

HISTÓRICO DE ACIDENTES
Caso as autoridades públicas estudassem os acidentes de ônibus, teriam indícios, pelo histórico dos acidentes dessa empresa e de tantas outras, regulares ou não, de que o cansaço e possível excesso de jornada acumulado podem ser os fatores que contribuem para esses acidentes.

CANSAÇO- ACIDENTES MAIS VIOLENTOS
Os acidentes causados por cansaço estão sendo objeto de vários estudos e campanhas nos últimos anos, em vários países, onde ficou apurado que são acidentes mais violentos que os demais e provocam mais vítimas, pela falta de reação dos motoristas que cochilam ao volante ou que, pelo cansaço, demoram a reagir.

ACIDENTES NO BRASIL
No Brasil ocorrem, todos os anos, aproximadamente 17.000 acidentes com ônibus e microônibus, apenas nas rodovias.

ACIDENTES NOS EUA
Nos EUA, país que possui frota de veículos 10 vezes maior que a brasileira, morrem em média de 4 a 8 passageiros por ano em acidentes de ônibus nas estradas. No Brasil, nossa estimativa entre os que morrem em decorrência dos acidentes e os feridos graves que acabam falecendo, indicam que cerca de 2.400 pessoas perdem a vida em acidentes de ônibus e microônibus.

Portanto, é preciso que o poder público fiscalize o transporte regular, investigue os acidentes, combata com rigor o transporte clandestino, estimule o uso do cinto de segurança nos ônibus.

É preciso que o passageiro de ônibus e os motoristas sejam tratados com o mesmo respeito e atenção das autoridades que é dado aos passageiros de avião.

Fonte: SOS Estradas


Direção sob prescrição médica
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O ato de dirigir um veículo exige de seu condutor reflexo rápido e respostas imediatas. Por isso, o uso de certos medicamentos pode aumentar o risco de acidentes automobilísticos, uma vez que alteram a atenção, os reflexos e a coordenação.

Não se pode dizer que determinado medicamento gerará a mesma reação em pessoas diferentes. De acordo com o chefe do Departamento de Medicina Ocupacional da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior, “cada organismo tem uma sensibilidade própria. Para algumas pessoas, por exemplo, a dipirona pode causar sonolência e torpor; para outras, não”, diz.

Há medicamentos, entretanto, que agem diretamente no sistema nervoso, como os antidepressivos e calmantes (benzodiazepínicos). Esses, segundo Alves, “têm uma ação efetiva no sistema nervoso central e são contra-indicados para quem vai dirigir ou fazer outra atividade que requer atenção e concentração”.

CONTRA-INDICAÇÕES
Ansiolíticos, antidepressivos, antialérgicos, antigripais e medicamentos para diabetes merecem cuidado especial

ANSIOLÍTICOS, ANTIDEPRESSIVOS
Em seu artigo Psicofármacos e direção, a Mestre-Doutora em Psiquiatria pelo Departamento de Psiquiatria da FMUSP, Doris Hupfeld Moreno, chama atenção para o fato de, apesar de as bulas de psicofármacos alertarem para o risco de dirigir, pacientes e psiquiatras falam pouco sobre o assunto. “Tanto as doenças mentais como o uso de psicofármacos podem comprometer a capacidade de dirigir. O crescente aumento do número de pacientes diagnosticados e tratados com tais medicamentos, aliado ao abuso e/ou dependência de álcool e outras substâncias, eleva consideravelmente o risco de acidentes automobilísticos”.

Em sua pesquisa, Moreno constata também que “entre os psicotrópicos mais prescritos estão os ansiolíticos. O uso de benzodiazepínicos relaciona-se com maior risco de lesões e morte por acidentes automobilísticos, mas significativamente apenas quando associados ao álcool e na fase aguda do tratamento. Deve-se proibir a direção, pelo menos até desaparecer a sedação, e sempre evitar a associação com álcool”.

Segundo Alves, não são apenas pacientes com problemas mentais que utilizam calmantes, mas também executivos que vivem sob pressão. “Devido ao uso prolongado, o organismo fica até resistente à substância, adaptando-se a ela”, relata.

ANTIALÉRGICOS
Igual atenção merece todos os antialérgicos, que, segundo Alves, agem de forma secundária no sistema nervoso. “Eles estimulam a produção de melatonina, que induz ao sono. O ideal é dirigir 12 horas após a ingestão do remédio”, orienta. Nessa lista entram também os antigripais, pois levam substância antialérgica em sua composição.

DIABETES
Os condutores que passam por tratamento de diabetes devem ter atenção máxima, pois correm o risco de perder a atenção de forma abrupta enquanto dirigem. “Esse risco é maior principalmente no início do tratamento, quando não se sabe a dose ideal para o paciente. Ele pode ter uma hipoglicemia (baixo nível de glicose no sangue) e simplesmente ‘apagar’ ao volante”, alerta Alves.

MODERADORES DE APETITE
Os moderadores de apetite (ou “rebites”, como são conhecidos, principalmente pelos motoristas de caminhão) têm sido responsabilizados por um grande número de acidentes. Por conterem anfetaminas, esses medicamentos são usados como estimulantes.

“Alguns motoristas utilizam os moderadores de apetite em altas doses para ficar acordados, mas esse medicamento possui uma curva de ação. Depois do estímulo inicial, seu efeito é contrário, reduzindo atenção e levando ao esgotamento do sistema nervoso”, esclarece Alves. Aqui, fica o alerta também às mulheres que abusam dessa substância ou que a tomam sem prescrição médica.

RECOMENDAÇÕES
■ não tome medicamento sem o conhecimento do seu médico.
■ se você estiver tomando alguns dos medicamentos citados acima, fique atento aos sintomas. No caso de sentir sonolência ou torpor, pare em um local seguro, peça ajuda ou espere até se sentir melhor.

Esses sintomas nem sempre indicam ação de algum remédio no organismo. Às vezes são resultados de cansaço ou esgotamento. Nesses casos, vale a auto-análise e bom senso do motorista antes de sentar ao volante.

Fonte: WebMotors

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Motoristas que sofrem de problemas crônicos de saúde devem se prevenir antes de dirigir. Mas um estudo revela que apenas metade dessas pessoas se preocupa com isso.

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quarta-feira, março 21, 2012

Encalhe raro de 30 golfinhos

Explicar o encalhe de 30 golfinhos (Delphinus capensis) em Arraial do Cabo desafia especialistas. O evento, considerado extremamente raro, será investigado por pesquisadores brasileiros e americanos. Entre as causas mais prováveis está a poluição sonora, já que os animais usam sons para se orientar, como um sonar natural.

A pronta reação de banhistas e dos funcionários da prefeitura encarregados da limpeza da praia ajudou salvar todos os golfinhos.

Especialista em fauna marinha, Salvatore Siciliano, pesquisador da Fiocruz, afirma que o encalhe dos golfinhos acende a luz amarela. Ele explica que os animais são muito habilidosos. Normalmente, dois ou três deles encalham por ano, e geralmente isto ocorre quando já estão doentes.

- Até então não tínhamos conhecimento de um fato como este. A imagem, portanto, é extremamente importante e vai desencadear uma série de estudos, além de reforçar a importância de monitorar estas populações - disse Siciliano. - As imagens já chamaram a atenção de pesquisadores de fora do Brasil. Fui procurado por cientistas que trabalham para o governo americano. Vamos trocar informações sobre o caso.

Duas hipóteses são as mais prováveis para explicar o encalhe coletivo. Os golfinhos poderiam estar fugindo de algum predador ou estavam desorientados por causa do barulho.

Outros casos em que golfinhos morreram por causa de poluição sonora já foram registados. Salvatore Siciliano cita um que ocorreu em 2009 na Inglaterra. Exames comprovaram que o grupo estava saudável:

- Não podemos descartar a perturbação grave por um efeito sonoro de origem antrópica (feita pelo homem). O Porto do Forno, por exemplo, opera bem ao lado.

Caso os golfinhos morressem, o impacto seria grande. A população desta espécie no Rio de Janeiro é estimada em cerca de 300 golfinhos .

Apesar do salvamento ter sido comemorado, a forma pela qual as pessoas pegaram os animais foi inadequada. Arrastar os golfinhos pela cauda pode causar lesões sérias, até a morte.

- As pessoas fizeram tudo errado, mas era o que devia ter sido feito – afirma Siciliano. - Primeiro, as pessoas devem comunicar os órgãos responsáveis. Depois, é preciso manter os golfinhos molhados e protegidos do sol, para não desidratarem. Além disso, é importante evitar confusão, barulho, e isolar a área.

O secretário municipal do Ambiente de Arraial do Cabo, elogiou a ação dos moradores, turistas e funcionários da prefeitura.

- O pessoal da limpeza que estava na praia viu o encalhe e resolveu ajudar. Além do mais, parte da população é de pescadores, acostumada a botar a mão em peixes. Eles tiveram que pensar rápido. E deram conta – elogiou o secretário, que tem outras hipóteses para o encalhe. - Os golfinhos podem ter perseguido um cardume até a beira do mar e ficaram desorientados. Ou, então, o líder do grupo estava doente ou desorientado. Os golfinhos não abandonam uns ao outros, acabou acontecendo aquilo.

Fonte: Globo -  7 de março de 

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terça-feira, março 20, 2012

Tinta que isola calor

Empresa fabrica tinta que isola calor e atende mercado de ‘prédios verdes’
Tinta reflete 99% dos raios do sol e evita invasão de calor nos ambientes.

Para entrar no sofisticado mercado de construção de prédios sustentáveis, uma pequena empresa de São Paulo fabrica uma tinta especial, que isola o calor. A tinta ajuda a diminuir custos até do ar condicionado.

Após 12 meses de pesquisas e testes, os empresários José Faria e Antônio Storani fizeram uma tinta que reflete 99% dos raios do sol e evita a invasão de calor nos ambientes. “O produto já existia nos Estados Unidos, com desenvolvimento Nasa, para aplicação aeroespacial, naves. Hoje nós fizemos melhor, pegamos essa tecnologia e aplicamos em vários segmentos de negócio”, explica Storani.

No Brasil, a tinta é usada para economizar energia nas construções. Ela é aplicada no telhado dos prédios. Ao refletir os raios de sol, diminui o aquecimento interno e os gastos com refrigeração do ambiente. “Hoje o mundo todo está falando em sustentabilidade, nós estamos iniciando prédios sustentáveis, existe uma metodologia para você construir um prédio sustentável, mais econômico”, diz Faria.

O segredo da tinta está em flocos que parecem neve. A tinta contém milhares de microesferas cheias de ar. São bolinhas de vidro ocas, internamente com ar. O fato de ter ar impede a passagem do calor.

Cada microesfera é quase mil vezes menor que um grão de areia. Elas são misturadas com minerais, resina e pigmentos. Com isso, forma-se a tinta refletiva, que adere em qualquer material: aço, alumínio, madeira, plástico.

As microesferas também fazem a tinta funcionar como um poderoso isolante térmico.

A empresa cobra de R$ 25 a R$ 28 por metro quadrado pintado, conforme a dificuldade do telhado. Com três alpinistas, o serviço é rápido. Um dia de trabalho com aplicação em duas camadas de tinta.

“A busca dessa tecnologia é exatamente para trazer economia, alinhado com conceito de sustentabilidade de agredir muito menos a natureza, os clientes observam isso, sabem que nós estamos indo atrás de uma tecnologia que está bem alinhada com o conceito de sustentabilidade, diz o gerente de operações Alex Conceição.

Diferença até 8 graus
“A gente busca reduzir o efeito de ilhas de calor que existe nas grandes cidades como em São Paulo. A gente tem uma diferença de oito graus. Então, as áreas mais urbanizadas têm cobertura escura e pavimentação escura geram esse efeito de ilha de calor. A tinta reflexiva vem para trabalhar, nas coberturas e até mesmo nas pavimentações, a redução desse efeito ilha de calor. Ou seja, vai criar áreas de conforto melhor para as pessoas”, diz.

Os empresários da tinta refletiva já venderam o produto para mais de 100 clientes, a maioria empresas. No último ano aplicaram em 50 mil metros quadrados de telhados. E garantem: em 2012, vão aumentar em dez vezes o faturamento da fábrica.

Nanotech do Brasil
Rua Curupaiti, 199 – Vila Scapelli
Santo André, 09190-040
(0xx)11 4432-0180

Fonte: G1 - 18/03/2012

Comentário: País ensolarado como nosso é importante reduzir o calor externo que incide no telhado da fábrica para que o ambiente de trabalho tenha conforto térmico
Vantagens: Menor índice de acidentes de trabalho, redução da fadiga.
O conforto térmico num determinado ambiente pode ser definido como a sensação de bem-estar experimentada por uma pessoa, como resultado da combinação satisfatória, nesse ambiente, da temperatura radiante média (trm), umidade relativa (UR), temperatura do ambiente (ta) e velocidade relativa do ar (vr) com a atividade lá desenvolvida e com a vestimenta usada pelas pessoas.
As sensações são subjetivas, isto é, dependem das pessoas, portanto um certo ambiente confortável termicamente para uma pessoa pode ser frio ou quente para outra. Assim, entende-se como condições ambientais de conforto aquelas que propiciam bem-estar ao maior número possível de pessoas. (Fundacentro).
A temperatura mínima ideal para o corpo humano é da ordem de 18º C. Abaixo desta temperatura, o corpo deve defender-se contra uma perda exagerada de seu próprio calor, que se traduz em uma sensação de frio, tanto maior quanto a temperatura do ambiente vai baixando.
O frio excessivo resulta em um mal estar, incomodo e falta de conforto.
A produtividade em função da temperatura ideal é de 19º C e começa abaixar a partir de 22º C e chegando a 50% da produtividade com temperatura de 35º C. (NASA)

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domingo, março 18, 2012

Cérebro das pessoas não consegue gerenciar várias tarefas ao mesmo tempo

A mente humana não foi feita para lidar com mais de duas tarefas ao mesmo tempo, de acordo com um novo estudo. Os cientistas descobriram que quando o cérebro tem que lidar com dois problemas simultaneamente, uma função é coordenada pelo lado direito e a outra pelo lado esquerdo. Esta divisão pode explicar porque muitas vezes temos mais facilidade para escolher entre duas opções, em vez de três ou mais. E, ao contrário da cultura popular, mulheres também não são mais eficientes do que homens no gerenciamento de várias tarefas simultâneas.

"Descobrimos que a atividade cerebral dos humanos foi feita para exercer até duas funções ao mesmo tempo"

O estudo, coordenado pelos médicos Sylvain Charron e Etienne Koechlin, do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisas Médicas, em Paris, na França, foi feito com 32 voluntários. Os participantes passaram por ressonâncias magnéticas enquanto tinham que responder a perguntas e montar quebra-cabeças. O foco da pesquisa foi no córtex frontal, a parte cerebral que fica logo acima dos olhos. Esta região, que é dividida em duas partes, está ligada à busca de recompensas durante a execução de tarefas. É possível ler o resultado na íntegra nesta edição da revista "Science".

- Descobrimos que a atividade cerebral dos humanos foi feita para exercer até duas funções ao mesmo tempo. Isto significa que no dia a dia conseguimos gerenciar até dois problemas simultaneamente, mas quando entra uma terceira ficamos com problemas - diz Koechlin.

O esforço físico de fazer três ou mais coisas ao mesmo tempo atrapalha o raciocínio humano, acreditam os pesquisadores. Por isso, para ser eficiente, nada de fazer mil coisas ao mesmo tempo.

Fonte: Globo Online - 16/04/2010 

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quinta-feira, março 15, 2012

Mão: Cinco dedos, uma ferramenta unificada

1- Primeiro quirodáctilo, polegar.
2- Segundo quirodáctilo, indicador.
3- Terceiro quirodáctilo, dedo médio.
4- Quarto quirodáctilo, dedo anelar
5 - Quinto quirodáctilo, dedo mínimo, dedinho ou mindinho.

Nossos dedos podem parecer tão rápidos e hábeis que você pensaria que eles têm planos e vontades próprias. Mas, como os cientistas que estudam a mão humana comprovaram recentemente, a aparência de independência digital é ilusória.


Não apenas os dedos anular e mínimo são unidos por um tendão comum, como medições de padrões de ativação neuromuscular mostram que todos os dedos, incluindo os que têm maior autonomia estrutural -o polegar e o indicador- estão profundamente atentos a cada flexão e tremor dos dedos vizinhos.

"Mesmo quando você pensa que está movendo apenas um dedo", disse Marc H. Schieber, um professor de neurologia e neurobiologia na Universidade de Rochester em Nova York, "você está controlando toda a mão".

Um pianista? "As pessoas tendem a pensar que estão apertando uma tecla de cada vez, por isso precisam movimentar um dedo de cada vez para tocar aquela tecla", disse. "Mas, na realidade, todos os dedos estão em movimento o tempo todo."

Um digitador? Para cada toque na tecla existe um movimento de cada dedo. "Alguns dos movimentos são para pressionar a tecla", disse o doutor Schieber, "outros para levantar os dedos e afastá-los da tecla, outros para mantê-los distantes".

Precisa de prova? Mantenha a palma da sua mão virada para cima, com os dedos afastados e experimente dobrar o dedo mínimo sem dobrar as juntas de qualquer outro dedo. Conseguiu?

O cérebro também trata as mãos como ferramentas unificadas. Os cientistas demonstraram que nossas mãos começam a assumir a configuração necessária assim que o cérebro inicia uma atividade. Se estamos pegando uma garrafa de água, a mão assume a forma de garra aberta.

Ao pegar uma caneta, o polegar, o indicador e o dedo médio formam uma pinça, enquanto o dedo anular e o mínimo (que seguram objetos maiores) se dobram para não atrapalhar.

O polegar é o que diferencia nossas mãos das de outros primatas. Não por serem opostos, mas sim excepcionalmente longos, fortes e flexíveis.

"Isso nos permite beliscar com força um objeto, em um grau muito maior que o de um chimpanzé", disse Stephen J. Lycett, antropólogo da Universidade de Kent (Inglaterra).

Um beliscão forte é poderoso e preciso, disse William D. Hopkins, do Centro Nacional de Pesquisa de Primatas Yerkes, em Atlanta (EUA). Segundo ele, os seres humanos são muito melhores em utilizar um martelo para abrir uma noz e, quando a noz está aberta, somos melhores para retirar a poupa beliscando.

"Quando perdemos um polegar, perdemos a metade ou mais da funcionalidade da mão", disse Lynette Jones, especialista em mão no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. É por isso que as pessoas que perdem um polegar muitas vezes optam por ter outro dedo ou um dedão do pé (hálux) transplantado em seu lugar.

O dedo trabalhador paga um preço por sua utilidade. Nos EUA, segundo o doutor Steven J. McCabe, último presidente da Associação Americana de Cirurgia da Mão, quase todo mundo acaba com artrite na base do polegar no fim da meia-idade.

A mão humana é um pegador de ferramentas e um descobridor de fatos, tão cheia de sensores que foi comparada à fóvea da retina, a parte do olho com a maior concentração de receptores de luz. A pele sem pêlos de cada mão contém 17 mil receptores, terminações nervosas especializadas que podem detectar mínimas vibrações, mudanças de pressão, saltos microscópicos, o toque de uma perna de mosquito.

"Se você quiser descobrir texturas, distinguir seda de poliéster, toque com as mãos", disse.

As mãos também são ricas em ossos: os 27 ossos da mão e do pulso representam a maior concentração de ossos interligados do corpo, disse o doutor McCabe. Além disso, as proporções entre os ossos nos dedos fora o polegar se conformam em muitas pessoas com a sequência de Fibonacci, uma relação numérica vista em outras formas espiraladas da natureza, como as conchas de alguns moluscos, a corola do girassol e o furacão. Se você agitar os dedos em uma cascata, disse o doutor McCabe, "poderá ver a curva espiral em ação".

Como e quando ganhamos nossas mãos continua sendo um campo animado de pesquisa e debate. Jonathan Kingdon, da Universidade de Cambridge, afirmou que há cerca de 7 a 9 milhões de anos, muito antes que nos tornássemos bípedes, nossas mãos distinguiam nossos ancestrais dos macacos, permitindo que os pré-hominídeos coletassem frutos com aptidão e perícia.

Em um relatório de 2010 publicado na revista "Evolution", pesquisadores da Universidade de Calgary (Canadá) afirmaram que a bipedestação veio primeiro e que as mudanças no pé e nos artelhos humanos necessárias para sustentar uma posição ereta nos deram nossas proporções características dos dedos.

Mais recentemente, o doutor Lycett e Alastair Key sugeriram na publicação "The Journal of Archaeological Science" que nossas mãos provavelmente fazem parte de uma curva evolucionária genética-cultural. Por esse argumento, enquanto nossos ancestrais começaram a mexer com as primeiras ferramentas de pedra, os utensílios se tornaram uma força seletiva, favorecendo os indivíduos cujas mãos conseguiam usá-las com maior eficiência.

Nossas mãos continuam evoluindo e têm espaço para melhorar. Se pelo menos conseguíssemos perder a artrite no polegar.

Fonte: Folha de São Paulo - The New York Times - 12 de março de 2012

Comentário: Dados de acidentes relativos as mãos e punhos da Previdência Social de 2009
No ano de 2009, dentre os 50 códigos de CID com maior incidência nos acidentes de trabalho, os de maior participação foram;
■ ferimento do punho e da mão - 10,6% do total,
■ fratura ao nível do punho ou da mão - 6,5% do total
■ e dorsalgia - 6,4% do total.

As partes do corpo com maior incidência de acidentes de motivo típico foram;
■ dedo -30,7%,
■ mão (exceto punho ou dedos) - 8,8%

Total de acidentes registrados em 2009- 723.452
Ferimento do punho e da mão- 76.627
Fratura ao nível do punho e da mão - 46.966

Partes do corpo
■ Mão (Exceto Punho ou Dedos) - 40.371
■ Dedo - 133.321
Obs: Em termos absolutos as mãos e dedos possuem a maior incidência de acidentes: 173.692, equivalente a 24% do total de acidentes.

Segundo estudos de especialistas o tempo médio de tratamento é de 55 dias.

No Brasil é difícil avaliar esses dados devido a subnotificação e o trabalho informal (28% da população economicamente ativa)
■ Se levarmos em conta apenas o trabalho formal, o trabalhador com carteira assinada, teremos ; 1.407.600 acidentes
■ Incluindo o trabalhador informal (sem carteira assinada0, teremos: 2.346.000 acidentes

Obs: O índice absoluto de acidentes de trabalho em função da população economicamnte ativa com carteira assinada no Brasil é muito menor do que nos EUA. Nos EUA existe por parte do governo uma política de prevenção de acidentes e aqui apenas fiscalização.

Com esses dados poderemos ter uma estimativa real dos acidentes com as mãos
■ Trabalhador com carteira assinada: 469.200 acidentes
■ Incluindo o trabalhador informal: 782.000

Vídeo:
É interessante, pois mostra uma série de situações de riscos das mãos desde atividade industrial e escritório. A principal mensagem do vídeo a mão não é uma ferramenta. Utilize a ferramenta adequada para cada tipo de serviço. Proteja as mãos. Faça exercícios com as mãos para evitar dores crônicas. Utilize luvas adequadas para cada tipo de serviço. Não coloque sua mão entre objetos em movimento.

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segunda-feira, março 12, 2012

Lição de aprendizagem do tsunami no Japão

O Japão é considerado como país melhor preparado para desastres naturais, sendo freqüentes tsunamis, ciclones, terremotos e atividade vulcânica, mas um ano após os eventos calamitosos de 11 de Março de 2011, as lições do multi-desastre ainda ressoam.

"O aprendizado do Grande Terremoto na Costa Leste será uma contribuição vital para preparar o mundo para enfrentar os desafios de risco de desastres no mundo, urbanizado e globalizado do século 21 onde um perigo natural pode desencadear uma cadeia de eventos catastróficos, disse a representante das Nações Unidas para a Redução de Risco de Desastres, Margareta Wahlström.

Naquele dia, um terremoto de 9,0 de magnitude atingiu 70 quilômetros da costa leste da região de Tohoku, ao nordeste de Honshu, a maior ilha do Japão, seguido por ondas gigantes de até 40 m de altura. Logo depois, explosões e vazamentos radioativos abalaram as usinas nucleares Fukushima Daiichi e Fukushima Daini, adicionando uma nova calamidade para as autoridades para lidar, complicando ainda mais a segurança dos trabalhadores humanitários no local.

Este desastre foi totalmente além de nossa imaginação, além de nossa preparação, disse Satoshi Sugai, diretor da força-tarefa de recuperação de da Cruz Vermelha.

De acordo com autoridades japonesas, cerca de 16.000 pessoas morreram (incluindo os desaparecidos) e 6.000 pessoas ficaram feridas, enquanto que mais de meio milhão ficaram desabrigadas.

O Banco Mundial avaliou os danos em U$ 235 bilhões, com especialistas prevendo que levaria anos para região se recuperar.

Mas a magnitude e do contexto do desastre também apresenta uma oportunidade única de aprendizado - não apenas para o Japão, mas para outros países ao redor do mundo.

"Os anos de 2010 e 2011 foram bastante extraordinário a partir de um perfil de desastre. Um número de países muito ricos, países altamente desenvolvidos, cujas economias são totalmente interdependentes com a economia mundial foram atingidos em uma escala muito grande, da Nova Zelândia ao Japão para Austrália." disse Margareta Wahlström.

DIMENSÕES INTERNACIONAIS
Um aspecto notável do desastre foi a inversão de papéis na prestação de assistência internacional: normalmente um doador, o Japão viu-se agora como receptor de ajuda.

De acordo com o Serviço das Nações Unidas de Acompanhamento Financeiro (STF), o Japão, a terceira maior economia do mundo, recebeu dos EUA 720 milhões dólares em doações, a maior quantidade de qualquer país para um desastre natural em 2011.

Cerca de 120 países deram assistência em dinheiro, em espécie, e em serviço, disse Setsuko Kawahara, diretor de assuntos humanitários do Ministério das Relações Exteriores do Japão.

E para as agências humanitárias operando no interior do país, isso significou um repensar profundo da forma como fazem a ajuda humanitária.

A organização internacional de ajuda humanitária (Platform Japan) foi concebida para responder a situações de emergência fora do Japão. Em 2006, começou a responder a catástrofes no Japão, mas não tenho muita experiência com resposta a desastres nacionais, disse Noriyuki Shiina, secretário-geral da organização, uma ONG que auxilia a fornecer ajuda através da cooperação entre as ONG, a comunidade empresarial e o governo japonês.

COORDENAÇÃO CHAVE
A primeira coisa que o governo fez correto foi reconhecer o desafio de coordenação, em primeiro lugar. Ele foi muito claro sobre o que era necessário, o que não era necessário, o que poderia ser aceito, disse Oliver Lacey-Hall, chefe da ONU, Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UN-OCHA) na Ásia-Pacífico. O que veio de fora foi planejado para complementar, não substituir a capacidade nacional e, finalmente, o que é que a ajuda humanitária poderia fazer, acrescentou.

Ao mesmo tempo, a organização humanitária Plataform Japan adaptou sua experiência para enfrentar os desafios domésticos. Poderíamos prever que muitas ONGs correriam para área afetada, disse Shiina. Partimos do pressuposto de que poderíamos ter muita sobreposição e atividades desnecessárias. Então, a Plataform Japan e outro órgão de coordenação tentaram ser um ponto focal para as ONGs internacionais.

Mas a adaptação para estar no lado receptor de ajuda nem sempre foi fácil, admitiu Sugai da Cruz Vermelha Japonesa.

"A responsabilidade básica de proteger vidas, claro, recai sobre os ombros do governo central. Mas porque isso é muito forte na mentalidade das autoridades locais e às vezes não sabem como essas organizações poderiam ajudá-los, como Care International ou Save the Children. As autoridades locais não tinham qualquer idéia da real capacidade dessas ONGs, inclusive a Cruz Vermelha, disse Sugai.

Apesar experiência do Japão e dos recursos, Sugai disse que o país ainda poderia beneficiar-se do apoio internacional em caso de futuras catástrofes.

Ele deu o exemplo de como a Cruz Vermelha do Japão cogitou que os produtos de ajuda humanitária poderiam ser obtidos a partir do país, mas complicações logísticas, incluindo danos causados pelo terremoto e tsunami, significaram muitos itens de ajuda humanitária não puderam ser adquiridos ou entregues sem a ajuda internacional.

Lacey-Hall acredita que o risco de futuras catástrofes dessa magnitude significa que há uma necessidade de avançar para o desenvolvimento de regulamentações para fiscalizar grandes operações internacionais.

Muito do que foi alcançado no Japão, foi por causa de iniciativa de pessoas que entenderam como o sistema humanitário internacional trabalhou e o que eles podiam arrumar rapidamente. Mas a capacidade institucional poderia ter sido maior se houvesse um sistema mais amplo de regulamentação. Para codificar isso para a legislação nacional seria um passo importante, disse ele.

IMPACTO SOCIAL E PSICOLÓGICO
Outra lição aprendida fundamental, especialmente para população em rápido envelhecimento da Ásia surgiu a partir do impacto sobre idosos do Japão. Matsuto Kawahara observa que 65 por cento das vítimas foram identificadas com 60 anos ou mais.
Deveríamos ter uma espécie de sistema onde tentaríamos evacuar pessoas idosas para terrenos mais altos. Deveríamos fazer uma espécie de mapa que indicaria quantas pessoas idosas permaneceria no local e quais deveriam ser priorizadas para ser evacuadas, propôs Shiina.

Mesmo se eles possam sobreviver e obter habitações pré-fabricadas temporárias, eles possam viver sozinhos. Durante o terremoto de Kobe em 1995, havia muitos suicídios e mortes isoladas dos idosos, pois eles não estavam sendo atendidos por ninguém, disse Sugai.

O governo está tentando evitar esta situação, colocando uma luz vermelha, fora das casas pré-fabricadas, onde uma pessoa idosa está vivendo sozinho. Se precisar de ajuda ele aperta um botão e a luz vermelha vai alertar as pessoas.

Enquanto moradores de casas pré-fabricadas no Japão vivem em condições melhores do que as pessoas desabrigadas no Haiti, por exemplo, o impacto psicológico de perder em casa e família, ainda é muito elevado.

Os trabalhadores de ajuda humanitária devem receber algum tipo de treinamento se você tentar prestar assistência psicossocial ou apoio. Caso contrário, pode piorar a situação. Os trabalhadores de ajuda humanitária também precisam de ajuda. Muitos trabalhadores humanitários também ficam deprimidos, disse Shiina.

A PREVENÇÃO É POSSÍVEL?
Mas talvez a lição mais importante de tudo é quanto pode ser feito para proteger as comunidades dos desastres nesta escala no futuro.

"As pessoas entendem agora que é completamente impossível prevenir desastres. Se não tivéssemos normas de construção adequadas e regulamentos e medidas de resposta a desastres, a perda de vida e a perda para a economia seriam enormes", disse Matsuto Kawahara.

"De certa forma, isso não é realmente uma questão de riscos naturais, é uma questão de como planejamos essas sociedades", disse Wahlström.

"Você concorda com as pessoas que vivem no litoral? O governo está realmente pronto para legislar que isso não é razoável, que é de alto risco, que é caro? Se você é o governo, você acha que deve atender sua população, mas é razoável para atendê-los onde quer que vivam? ", perguntou ela.

Kawahara levantou questões semelhantes; Uma idéia é alterar o uso da terra no planejamento da cidade - há algumas discussões em várias cidades e vilas ao longo da costa sobre um grande bloqueio desde o litoral até a colina superior completamente, mas é muito difícil ter um consenso E se você realocar, como você destinaria a terra para as pessoas?

Wahlström esperava que o planejamento claramente definido fosse o legado duradouro do terremoto e tsunami do Japão de 2011.

Fonte: ReliefWeb, IRIN - 9 March 2012

Comentário: Últimos dados da tragédia

ENTULHO
Há quase um ano do terremoto seguido de tsunami que devastou o Japão, um dos principais desafios da reconstrução do país tem sido lidar com o entulho deixado no rastro da tragédia.
As autoridades conseguiram limpar as ruas e restabelecer as condições mínimas de vida da população nos centros urbanos das províncias mais afetadas, as de Iwate, Miyagi e Fukushima.
Segundo uma estimativa divulgada pelo governo, essas províncias produziram 23 milhões de toneladas de entulho, e, até o momento, foram processados apenas 5% do material recolhido.
O entulho foi aglomerado em parques, campos de beisebol, pátios de escolas destruídas e outros espaços públicos. Carros e barcos destruídos também esperam um fim.

CONTAMINAÇÃO
O Ministério de Meio Ambiente japonês detectou altos níveis de radiação nos municípios da região de evacuação decretada em torno da central de Fukushima, epicentro da crise nuclear, informou em 25 de fevereiro a agência local "Kyodo".

O governo japonês estabeleceu uma zona de evacuação de 20 quilômetros ao redor da central de Fukushima Daiichi pelo temor aos efeitos de alta radioatividade na população. Além disso, segundo o relatório preliminar apresentado pelo Ministério, em muitos pontos ao norte e noroeste da unidade se apresentaram níveis de até 50 milisievert anuais.

O governo japonês estabelece o limite de 50 milisievert anuais para as zonas declaradas inabitáveis por alta radiação, enquanto aquelas com níveis entre 20 e 50 milisievert anuais são áreas de risco e as de menos de 20 são áreas nas quais os residentes podem retornar gradualmente a seus domicílios.

Espera-se que o Ministério de Meio Ambiente emita um relatório completo no final de março, com dados que o Governo utilizará para poder reclassificar em abril as zonas de evacuação de acordo com as leituras registradas.

PERDAS MATÉRIAS.
Alguns especialistas estimam que os prejuízos materiais possam atingir 309 bilhões de dólares.
■ Imóveis (residências, escritórios, fábricas, etc – US$131 bilhões
■ Outros (agricultura, sivilcultura, pesca, etc) – US$ 40 bilhões
■ Infraestrutura (hidrovias, rodovias, portos, aeroportos, etc - US$ 29 bilhões
■ Serviços de utilidade pública (abastecimento de água, gás, eletricidade e telecomunicações) – US$ 17 bilhões

Mortes e feridos
De acordo com registros da agência japonesa para gerenciamento de desastre e incêndio (FDMA) e Database de terremoto temos:
■ 16.273 mortes, 3061 pessoas desaparecidas e 27.074 pessoas feridas
■ Agência Nacional de Polícia do Japão difere os dados: 15.854 mortes, 3.167 pessoas desaparecidas

A CRUZ VERMELHA:
■ Mobilizou mais de 161.000 voluntários
■ Tratou mais de 87.000 pacientes
■ Forneceu suporte psicológico a mais de 14.000 pessoas
■ Distribuiu aparelhos domésticos para beneficiar mais de 316.000 pessoas

PERDAS MATERIAIS
■Edificações destruídas: 129.530
■Edificações parcialmente destruídas 254.101
■Edificações parcialmente danificadas: 701.865
■ Total de edificações afetadas: 1.085.496
■ Cerca de 120.000 edificações foram afetadas por inundações com danos mínimos

INFRAESTRUTURA E OUTROS
■ 3.918 estradas foram danificadas, 78 pontes, 45 diques e 29 ferrovias.
■ Houve 200 deslizamentos de terra
Obs: A maioria dos danos foi causada por liquefação do solo.
■ Cerca de 360 incêndios foram extintos pelos bombeiros

ESTIMATIVA DE PERDAS ECONOMICAS
■As perdas econômicas diretas variam de US$ 237 bilhões a US$ 303 bilhões.
■As perdas econômicas diretas causadas pelas usinas nucleares: US$ 65 bilhões
■As perdas econômicas indiretas variam de US$ 184 bilhões a US$ 336 bilhões.
Fonte: CATDAT Situation Reports 50, Earthquake-Report.com.

Vídeo: Tragédia do Japão

Resgate e Busca

Tragédia: Terremoto e Tsunami
Obs: deve clicar na foto para mudar

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sexta-feira, março 09, 2012

Acidente na montagem de cabo de fibra óptica OPGW

DESCRIÇÃO DO ACIDENTE
Às 11 horas do dia 27 de Fevereiro de 2.010, o trabalhador JCAS, juntamente com seu companheiro de equipe JNF iniciaram os trabalhos com finalidade de substituir o cabo de pára-raios de fibra óptica de 12,4 mm no trecho entre as estruturas nos 260 e 262.

Pela programação de trabalho pré-definida da equipe, os trabalhos iniciaram com a escalada da estrutura nº 262 pelos dois trabalhadores, ficando os demais da equipe no solo.
Nesta atividade é comum entre os trabalhadores a alternância na saída nos cabos, e foi decidido quem sairia no cabo para realizar a atividade era JCAS e o outro colega permaneceria na torre para auxiliá-lo na ancoragem do guincho manual e demais atividades.

Às 11 horas e 15 minutos os profissionais iniciaram especificamente a realização da atividade de substituição do cabo.

Foto – Início das atividades.

Inicia-se a atividade instalando em uma das extremidades do cabo de aço tirante o esticador de aperto radial de 12,4 mm (conhecido como morcete) e na outra extremidade instala-se o guincho manual de corrente com capacidade para 3 t, o esticador é fixado no cabo a ser substituído a uma distância de aproximadamente 60 m da estrutura e o guincho é ancorado na mísula (suporte) do pára-raio. Outro trabalhador que estava na estrutura, tensionou o guincho e verificou os procedimentos de segurança. Após esse procedimento o encarregado da equipe ordenou JCAS cortar o cabo de fibra óptica, este posicionado a 1 m a frente do esticador sentado no carro guia e secciona o cabo a mais ou menos 80 cm a frente do esticador.


Foto – Instalação do esticador e preparação para o corte do cabo de fibra óptica.

Após o corte do cabo os trabalhos transcorriam normalmente, porém ao iniciar o procedimento de retorno a estrutura JCAS percebeu que o talabarte de seu cinto de segurança ficou preso atrás do esticador, e ao retornar ao cabo para desprender o talabarte, neste momento surgiu um problema: o cabo de fibra óptica que estava na posição final de catenária havia armazenado uma grande quantidade de energia mecânica de torção durante os processos de lançamento e fixação nas estruturas. Com o contato do corpo do trabalhador (tórax ) com ponta do cabo, este liberou toda a energia de torção que estava acumulada, vindo esta ponta girar sobre seu próprio eixo com grande velocidade enroscando-se no vestuário, na alça da bolsa de couro e também na alça de seu cinto de segurança, iniciando um processo de sufocamento.

Imediatamente JCAS pediu ajuda ao colega que se encontrava na estrutura aguardando seu retorno, este rapidamente se deslocou percorrendo 60 m de cabo que os separavam. Chegando ao local, o acidentado pediu ao colega que pegasse o canivete que se encontrava na bolsa de couro para cortar o vestuário que o prendia.


Foto A – O trabalhador tentando se desprender do cabo.
Foto B – O colega que estava na estrutura auxiliando no resgate do acidentado
Foto C -  Outro colega que estava no solo auxiliando no resgate do acidentado.

DIFICULDADE DE RESGATE DEVIDO A ALTURA
O encarregado da equipe que se encontrava no solo percebendo a gravidade da situação ordenou que outro trabalhador CA imediatamente escalasse a estrutura para ajudá-los. Chegando ao local,  devido às circunstâncias, (cabo a 35 m do solo) com ausência de apoio para os pés, cansaço físico, o resgate tornou-se extremamente difícil, não sendo possível libertá-lo. Foi constatado que o trabalhador não estava mais reagindo e se encontrava em óbito. A tentativa de resgate durou 12 min.

Só foi possível fazer o resgate do acidentado minutos depois, utilizando outros procedimentos, com os grampos de fixação do cabo de fibra óptica teve de ser retirado das estruturas para o rebaixamento do cabo até o solo, quando foi possível desprendê-lo do cabo e assim entender com maiores detalhes o que realmente aconteceu.

Outros procedimentos de resgate e remoção de acidentados também foram acionados com a vinda da ambulância.

FATOS E EVIDÊNCIAS

Foto – Trabalhador equipado com EPI´s para desenvolver a função de montador de linha de
transmissão II.

1. Todos os exames indicados no PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional para a função de montador de linha de transmissão II emitido em 13 de Abril de 2.009, concluíram que o trabalhador estava apto para desenvolver essa função;
2. O profissional participou da APT – Análise de Prevenção de Tarefa elaborada no dia do acidente;
3. A ficha de EPI – Equipamentos de Proteção Individual consta a retirada de todos os EPI´s necessários para o desempenho da função;
4. O profissional acidentado estava utilizando todos os EPI´s necessários para o desempenho da função;
5. Há registro de medição de pressão arterial do trabalhador;
6. Há evidência de treinamento de trabalho em altura do acidentado com carga horária de 2 horas, emitido no dia 20 de Janeiro de 2.010;
7. Evidência de integração admissional com carga horária de 6 horas no dia 04 de Maio de 2.009;
8. EPI´s utilizados pelos profissionais da função de montador de linha de transmissão II;
■Capacete: CA 13226;
■Botina: CA 14721;
Cinto de segurança: CA 16592 – NR 18, item 18.23.3 diz que o cinto de segurança tipo pára-quedista deve ser utilizado em atividades com mais de 2,00m de do solo, nas quais haja risco de queda do trabalhador;
■Luva de vaqueta: CA 19856;
■Óculos de proteção: CA 6136;
■Talabarte em Y 110 mm: CA 11653.

FERRAMENTAS NECESSÁRIAS PARA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE
■Carro guia para 1 cabo (bicicleta)
■Tesoura hidráulica para corte de cabos
■Guincho manual de corrente com capacidade de 3 t
■Esticador de aperto radial de 12,4 mm
■Cabo de aço polido AF (alma de fibra) de ½” x 70m com laços nas extremidades
■Corda de serviço
■Carretilha de serviço
■Chaves diversas

AVALIAÇÃO PRELIMINAR
O profissional estava desenvolvendo trabalhos em altura na função de montador de linha de transmissão II, para a qual estava apto, capacitado e treinado conforme mostram os registros de treinamentos.

Todos os procedimentos de segurança como Integração Admissional, Treinamentos de Seguranças, DDE – Diálogo Diário de Excelência, APT – Análise de Prevenção de Tarefas e
IT – Instruções de Trabalho pertinentes foram ministradas conforme plano de segurança implantado e aprovado no empreendimento.

1-carro guia
2-trabalhador
Depois de descer o OPGW com a corda de serviço, o trabalhador volta até o esticador de aperto radial para soltar o talabarte do cinto de segurança que ficou preso no esticador. No esticador ficou a ponta do cabo cortado que enroscou no vestuário, torcendo-o junto com o cinto de segurança e a alça de sua bolsa.
3-esticador
4-talabarte
5-corda de serviço

CONCLUSÃO DO ACIDENTE
Conclui-se que a ponta do cabo que veio prender-se no vestuário, na alça da bolsa de couro e na alça do cinto de segurança do acidentado deveu-se aparentemente pela dissipação de energia adquirida quando do lançamento e fixação do cabo nas estruturas, esta energia deveria dissipar no momento do corte do cabo, o que não ocorreu. É inédito esse tipo de acidente, cujo evento ainda não havia sido registrado neste tipo de atividade em construção de linha de transmissão.

RECOMENDAÇÕES
Diante do relatório apresentado, recomenda-se:
1. Todo profissional montador de linha de transmissão quando for desenvolver a atividade de lançamento, substituição e ancoragem de cabos de qualquer espécie deverá considerar seriamente essa energia como sendo de alto risco, combatendo-a com a utilização de grampos de fixação na ponta do cabo seccionado a fim de inutilizar essa energia;
2. Além dos grampos de fixação na ponta do cabo, colocar contrapesos no esticador, a fim de evitar a dissipação da energia de torção, na hora do corte;
3. O profissional montador, na hora do corte do cabo, deverá permanecer sentado no carro guia (bicicleta), até o momento de retornar a torre;
4. Redobrar as atenções sempre que se aproximar das extremidades dos cabos aéreos, principalmente após serem seccionados;
5. Todo talabarte Y deverá permanecer próximo ao profissional na execução da atividade e jamais do lado oposto do esticador (morcete). De forma que não venha ocorrer o risco de encostar no cabo;
6. Realizar as investigações e estudos necessários para a identificação das causas do acidente e tratá-las adequadamente;
7. Realizar treinamento de resgate em altura a todos os profissionais montadores de LT – Linha de Transmissão.

Comentário:
O relatório da empresa foi muito bem feito.
Num cabo tensionado há duas formas de energia:
O cabo transporta energia nas formas de energia cinética e de energia potencial elástica.
Quando o trabalhador tocou na ponta do cabo, houve dissipação de energia e transferiu para corpo do trabalhador, cujo vestuário se enroscou no cabo e foi torcido
Em lançamento de cabos geralmente utiliza estabilizador ou dispositivo anti-torção para evitar acúmulo de torção de cabos e energia. No relatório não menciona esse dispositivo.
A fixação do talabarte conforme foto ficou atrás dele. É recomendável a fixação do talabarte na frente, para que o trabalhador possa deslocar com maior segurança, sempre visualizando-o e evitando que ele possa ficar preso ou enganchado em alguma saliência
Como recomendação do próprio relatório, realizar treinamento de resgate em altura a todos os trabalhadores montadores de LT – Linha de Transmissão.

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posted by ACCA@5:59 AM

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