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quinta-feira, março 13, 2014

Lições do triplo desastre do Japão: Após três anos

Em 11 de março de 2011,  um enorme tsunami  provocado por terremoto de magnitude 9,0 no nordeste do Japão, causou grande destruição. O tsunami com ondas até 30 metros de altura  inundou 433 mil quilômetros quadrados de terra.

CONSEQUÊNCIAS;
■492 mil pessoas foram evacuadas,
■19.000 morreram
■2.633 foram dados como desaparecidos
■17.000 casas e edifícios foram destruídos
■138.000 danificada
■desabrigando 270 mil pessoas, que até permanecem em abrigos temporários.  
O terremoto e tsunami desencadeou um acidente nuclear muito grave na usina nuclear de Fukushima Daiichi,  que resultou na emissão de enorme quantidade de material radioativo para o meio ambiente.

Algumas das lições aprendidas foram discutidas na Instituição Brookings, EUA, em simpósio que reuniu especialistas em desastre, em maio de 2013, para identificar as lições de experiência  do Japão para prevenção e mitigação de desastres.
As lições desses especialistas extraídas do triplo desastre do Japão são realmente muito abrangentes:
■Analisar o pior cenário possível:  a partir da inclusão de cenários raros, mas pior caso de terremotos e tsunamis no planejamento nacional, os benefícios da integração de forma proativa das ONGs em estratégias de resposta a desastres.
■ necessidade de fazer planos de contingência no caso de governos locais que foram dizimados ou inoperantes e os pedidos de socorro tem que ser coordenada a outros níveis da estrutura administrativa,
■ pura eficiência das soluções de baixa tecnologia, como sirenes em sistemas de alerta de tsunami.
■ Novos desafios: Uma das lições mais reveladora foi que as estratégias nacionais de resposta são freqüentemente   projetadas para responder a mega desastre anterior e por isso pode ser mal equipadas para lidar com novos desafios. Por exemplo, o desafio para as equipes médicas durante o terremoto de Kobe era lidar com o grande número de lesões traumáticas, mas o terremoto de Fukushima exigia uma resposta muito diferente quando a maioria das vítimas morreu em consequência do tsunami e a difícil determinação  para enviar equipes médicas para áreas afetadas pela radiação da usina nuclear de Fukushima.
■ O triplo   desastre, como é conhecido no Japão (terremoto, tsunami e acidente nuclear)  também confirmou a necessidade dos governos em países desenvolvidos, bem como os países em desenvolvimento considerar na extensão de suas leis e políticas se estão preparados para desastres. Por exemplo, no Japão, bem como o furacão Katrina, nos EUA e o terremoto  de 2011 em Christchurch, na Nova Zelândia, os governos não estavam preparados para lidar com o afluxo de ofertas de ajuda estrangeira. A assistência internacional de desastre   é uma forma de garantir que o auxílio  internacional pode fluir rapidamente - e de forma adequada - quando ocorrem desastres.
■ A comunidade internacional humanitária lembrou que as crianças não são o único grupo vulnerável em caso de catástrofes e que os idosos têm necessidades específicas que devem ser abordados. Evacuar  pessoas de áreas que não são seguras é sempre uma tarefa difícil, mas os esforços deliberados para manter as comunidades unidas nas  evacuações após  o desastre, sem dúvida, minimizaram o deslocamento social que ocorre com freqüência.
■ Outra lição é que o fornecimento de informações precisas pode ser tão importante quanto à prestação de ajuda. De acordo com opinião geral, os esforços de assistência imediata do Japão para o terremoto e o tsunami foram impressionantes tanto em alcance e velocidade, porém sua resposta foi extremamente deficiente quando se trata de fornecer informações confiáveis e oportunas sobre os reatores de Fukushima danificados.
■Na verdade, a lição mais pungente no caso do Japão, para os atores humanitários que trabalham em outros países, há uma lição clara de prestar atenção às perspectivas de acidentes de trabalho / tecnológica / nucleares provocados por riscos naturais. Poucas agências humanitárias estão preparadas para (ou mesmo pensar) tais cenários.
■ E para o Japão, a lição é ainda não foi esboçada: qual será o futuro da energia nuclear? A limpeza em Fukushima ainda deixa muito a desejar, o novo Regulamento Nuclear Autoridade emitiu diretrizes de segurança mais rígidas, mas os prazos para completar as inspeções dos reatores estão atrasados, e o governo ainda não respondeu a questão mais fundamental no pensamento da maioria dos cidadãos: qual será o papel da energia nuclear na matriz energética do país? Esta será uma lição definitiva para o Japão e o mundo.

COMPLEXIDADE PARA RECONSTRUÇÃO
■Japão tem lutado para reconstruir cidades e vilas e para limpar a radiação do colapso da usina nuclear de Fukushima Daiichi. Planos de reconstrução estão finalmente tomando forma, mas a escassez de trabalhadores qualificados e materiais estão atrasando o trabalho.
■O país destinou  250 bilhões de dólares para  reconstrução até março de 2016.
■ Muitos sobreviventes da catástrofe ainda estão passando por dificuldades
■ Agricultura e a pesca foram retomadas em algumas áreas
■ Mais de 3.000 pessoas morreram desde o desastre por fatores relacionados ao estresse, incluindo suicídio, com muitas dessas mortes entre pessoas que vivem em centros de evacuação.

CONTAMINAÇÃO POR RADIAÇÃO
■ A usina se estabilizou consideravelmente, mas ainda é atormentado por vazamentos freqüentes de água radioativa e outras dificuldade, provocando preocupação se realmente está sob controle. Os vazamentos estão prejudicando a descontaminação da usina,  que deverá demorar cerca de 40 anos.
■Cerca de oito por cento da área terrestre do Japão, ou mais de 30 mil quilômetros quadrados, foram contaminados por césio radioativo da usina nuclear de Fukushima No. 1
■Desde a época do acidente a a usina liberou para o Oceano Pacífico, 11 milhões de litros de água contaminada, com baixo nível de radiação
■A usina armazena em tanques 55 milhões de litros de água altamente radioativa
■Estima-se  363 mil de litros de água subterrânea diário contaminada flui para o oceano
■Por ano a usina armazena 136 milhões de água contaminada
■A empresa Tepco proprietária da usina construiu um parque de tanques com capacidade para 360 milhões de litros para armazenar água contaminada, insuficiente para armazenar toda água contaminada no decorrer dos anos.

POTENCIAIS RISCOS PARA OS SERES HUMANOS
■A Organização Mundial da Saúde estima que a taxa de câncer para a população local será um pouco elevada
■É difícil avaliar os efeitos de anos de exposição a baixos níveis de contaminação radioativa vazada para o oceano.

Fontes: ReliefWeb-Report  from Brookings-LSE Project on Internal Displacement Published on 10 Mar 2014, Japan Today, Japan Times, - marc. 11, 2014


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posted by ACCA@7:45 PM

1 Comments:

At 11:46 AM, Blogger Unknown said...

Parabéns pelo blog. Acabei um curso de Gestão em emergência e um dos temas foi evento com múltiplas vítimas. Utilizamos o exemplo do Japão. Muito bom mesmo. Abraço Roibison.

 

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