Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

quarta-feira, abril 30, 2014

Acidente de Trabalho:Parte do corpo mais afetado

Quando se analisa estatísticas de acidentes de trabalho observa-se que mais de 80% dos acidentes, envolvem as mãos e punhos. Proteja sua mão.
A mão do homem é dotada de mecanismos extremamente especializados que permitem atividades complexas, como; pegar, pinçar, apertar, esmagar, alimentar e afagar. Por estar sempre em atividade, e como é o precursor do restante do corpo em contacto com o meio externo, pode estar sujeito a uma serie de traumatismos.
As estatísticas mostram que é a porção do organismo humano mais freqüentemente traumatizada (lesada, acidentada). Os ferimentos que acometem esta parte do nosso corpo podem ter natureza variada: cortes, esmagamentos, amputações, queimaduras, abrasões, são os mais freqüentes, e cada um deles pode ser mais ou menos grave.
Usamos as mãos para tudo. Pense antes de colocar a mão na zona de perigo.

OS DEZ MANDAMENTOS PARA PROTEÇÃO DAS MÃOS
1. Não opere nenhuma máquina, sem conhecê-la bem;
2. Verifique se a máquina usa alguma proteção. Às vezes a proteção é retirada e não é colocada novamente no lugar. Providencie a recolocação o mais rápido possível;
3. Se tiver alguma dúvida, procure o seu supervisor de turno;
4. Ao manipular Materiais, identifique se é agressivo e faça uso de luva adequada;
5. Observe os pontos onde pode machucar, eliminando-os;
6. Mantenha seus dedos fora do perigo, ao deixar objetos pesados ou usar alavancas para abrir;
7. As facas, estiletes representam riscos para as mãos e dedos. As facas e estiletes são as mais perigosas, uma lâmina bem afiada requer menos força, assim sendo existe menor possibilidade que esta perca o controle;
8. Nunca manuseie um objeto cortante em direção ao próprio corpo;
9. As chaves machucam, principalmente dedos, quando usadas de forma incorreta. Use a ferramenta adequada;
10. Comunique a sua chefia, se constatar alguma ferramenta defeituosa, não espere acontecer algum acidente.

RAZÕES PARA VOCÊ PROTEGER SUAS MÃOS
1. Suas mãos são preciosas, são suas ferramentas naturais, com elas você segura, empurra, etc. As mãos são os olhos dos cegos e voz dos mudos
2. Você só tem duas, elas são importantes para o seu sustento e o de sua família.
3. Elas são frágeis e estão expostas a riscos diariamente, arestas cortantes, facas, etc. são inimigos de mãos desatentas.
4. Não existem mãos de reserva, elas nunca serão encontradas no almoxarifado para reposição. Nada as substitui completamente.
5. A mão é a região do corpo mais lesionada por acidentes. Qualquer ferimento limita as suas mãos. Portanto, a segurança de suas mãos, está em suas mãos
Fonte: Fundacentro, Construction Safety Association of Ontario, 2002

RISCO DE FERIMENTO DA MÃO
Além disso, os resultados indicam que o uso de luva reduziu significativamente o risco de ferimento de mão em 60 % .
A atividade ocupacional, a experiência do trabalho e o treinamento de segurança foram encontrados para modificar diversos destes riscos.
O estudo, co-patrocinado pelo Instituto Nacional para Segurança e Saúde Ocupacional, revelou que o ferimento agudo ocupacional mais comum da mão foi;
■ laceração (63%),
■ ferimento de esmagamento (13%),
■ lesão por arrancamento (8%),
■ perfuração (6%),
■ fratura (5%),
■ contusão (1%), e
■ deslocamento (0,1%).
Fonte: Hardi Simmons University - Abilene – USA

CINCO MANEIRAS DE EVITAR FERIMENTO DA MÃO
■ Use sua cabeça e não suas mãos para encontrar perigos.
■ Use as ferramentas e as luvas corretas.
■ Vigie, olhe, onde suas mãos vão. Cerca de 90% dos trabalhadores usam a mão direita, mas 50% dos ferimentos acontecem com a mão esquerda
■ Saiba onde suas mãos estiveram e onde estão indo. Freqüentemente os ferimentos dos olhos são causados por esfregar algo que estava nas mãos.
■ Cortando caminho, corte as mãos. Não corta caminho!
Fonte: EMC Insurance Companies

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sexta-feira, abril 25, 2014

Lembrança: Incêndio do Edifício Grande Avenida

São Paulo parou no fim da manhã de 14 de fevereiro de 1981 para acompanhar um drama: o incêndio do Edifício Grande Avenida, na Avenida Paulista, e a luta dos bombeiros para salvar vidas. 
O fogo começou na sobreloja ocupada pelos escritórios da Toyobo do Brasil, com um curto-circuito na rede elétrica. Às 11h50 surgiram os primeiros sinais das chamas. Os bombeiros foram rápidos, mas a falta de água para combater o fogo determinou a tragédia. A tampa do hidrante mais próximo estava emperrada e os primeiros caminhões-pipa só chegaram uma hora depois de iniciado o fogo.
Era um sábado e havia cerca de 50 pessoas no prédio, entre vigilantes, pessoal de limpeza, funcionários de plantão e técnicos da torre da TV Record, instalada no topo do Grande Avenida. O incêndio começou com um estrondo seguido de alguns focos de chamas.
O edifício de 23 andares demonstrou ter uma deficiência fatal: As portas corta-fogo foram instaladas em todos os andares, exceto na sobreloja, onde começou o incêndio.

CORPO DE BOMBEIROS E AUXILIARES
Participaram na operação:
■250 bombeiros
■40 viaturas, incluindo; escada magirus, auto-escada, guindaste e cinco helicópteros para salvamento

VÍTIMAS:
Dezessete pessoas morreram. Centenas ficaram feridas.

DANOS MATERIAIS
O edifício de 23 andares, apenas os três últimos não foram completamente destruídos.
Fonte: Estadão-14 de fevereiro de 2011

Comentário: As deficiências continuam atuais, como:
■falta de segurança e de manutenção do prédio
■inexistência de sistema de sprinkler
■deficiências dos equipamentos do Corpo de Bombeiros e
■falta de hidrantes públicos com água
Em todo grande incêndio no país, ninguém estava preparado (os responsáveis pela segurança do prédio, a fiscalização pública) para combater ao incêndio,  prevalecendo a falta de planejamento e preparação. O pior de todos os riscos, a insegurança do prédio, as deficiências dos órgãos públicos, auxiliam para que o incidente se torne uma tragédia.

Vídeo:

COMPLEXIDADE NA RECUPERAÇÃO DO EDIFICO: AS LIÇÕES TÉCNICAS DO GRANDE AVENIDA
Após o incêndio, o bloco de sobrelojas do Grande Avenida ameaçava ruir, devido ao cisalhamento de um pilar, que apresentava desaprumo de mais de 10 cm.
O trabalho era delicado e deveria concentrar-se, com rapidez, sobre o pilar mais duramente afetado, que se rompera e que vinha recebendo considerável sobrecarga.
O bloco de sobrelojas do edifício Grande Avenida  poderia ter ruído em consequência do rompimento de um dos pilares do primeiro pavimento. Após a operação de rescaldo era possível ver, da calçada, que o pilar junto à fachada, localizado acima das letras T e O da placa da Toyobo, fora parcialmente destruído pela ação do fogo que, segundo se calcula, pode ter atingido cerca de 1.200º C naquela área do prédio.

Início da reparação
Ao constatar a extensão do risco, os peritos da Polícia Técnica solicitaram providências ao condomínio do edifício que, imediatamente  entrou em contato com a Jatocret Engenharia Ltda., firma especializada em recuperação de estruturas. A área foi liberada pela polícia para os reparos necessários às 10h30 do dia 18 de fevereiro.
A Etalp-Escritório Técnico Artur Luís Pitta, que procedeu ao recálculo do trecho, verificou que o pilar rompido ainda recebia um quinhão de carga (carregamento de cargas) atuante (cerca de 30 t). Os pilares adjacentes sofriam, assim, enorme sobrecarga, exigindo, portanto, reforços. Se o processo de ruptura do apoio central prosseguisse, as vigas do pavimento da segunda sobreloja e sua cobertura também sofreriam ruptura e toda a estrutura do bloco de sobrelojas poderia ruir, - explica o eng. Fausto Favale, da Etalp.

Dilatação das ferragens
Durante o incêndio, as ferragens do pilar sofreram dilatação em consequência da elevada temperatura e, não tendo para onde se expandir nas extremidades, também sofreram flambagem. Ao mesmo tempo, a dilatação do conjunto da estrutura ocasionou esforços horizontais no pilar, provocando o cisalhamento do concreto de peça.
Para que os trabalhos de recuperação do pilar rompido (que em condições normais recebia cerca de 100 t de carga) e de reforço de dois pilares adjacentes fossem feitos com segurança, foi contratada a BNA Engenheiros Consultores para o acompanhamento do comportamento da estrutura, que foi feito através de relógios-deflectômetros instalados na viga com o fim de medir deformações e permitir -- caso acusassem riscos de desabamento - evacuação do pessoal.

Simultaneamente  à colocação dos deflectômetros, a Jatocret instalou escoramentos, para aliviar um pouco a carga. Trabalhou também nos exames para recuperação a equipe do Escritório Técnico Figueiredo Ferraz.

Reforço do pilar
Foi iniciado o reforço do pilar rompido, com o pré‑cintamento (colocação de armaduras de confinamento) na região da ruptura, que permitiu a recomposição do perfil contínuo do pilar, o qual apresentava desaprumo de mais de 10 cm. Também foram colocados tubos plásticos para posterior injeção de resina epóxica nos vazios que não seriam totalmente preenchidos pelo concreto. A concretagem foi feita com cimento de alta resistência  pelo processo de concreto projetado, no qual é utilizada uma máquina de câmara dupla pressurizada, onde o material é lançado de forma contínua, para alimentar o "canhão", que funciona com compressor.

NOVA ARMADURA
Após a correção da prumada, foi executado cintamento helicoidal e disposta uma armadura em substituição à antiga, procedendo-se a seguir à aplicação de camada de concreto projetado. Foi feito novo cintamento com barras longitudinais e processado mais um lançamento de concreto até 50 cm abaixo da viga, a fim de possibilitai' a posterior ancoragem de novos reforços da viga ou execução de um capital (engrossamento em forma de mísula), para repasso e/ou reforço que deverá ser executado na viga. É que esta teve seu diagrama de esforço totalmente alterado devido ao recalque de apoio. Os dois pilares laterais também foram reforçados pelo mesmo processo, com duas camadas de concreto, pois não teriam condições de continuar a suportar à sobrecarga causada pela transferência de esforço. Além disso, enquanto a viga não for reforçada, os pilares adjacentes continuarão a ter solicitação de carga muito superior à originalmente prevista.

DANOS CAUSADOS POR INCÊNDIOS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
Os incêndios provocam, além da calcinação superficial do concreto, movimentos de dilatação estrutural (durante o sinistro) e de retração estrutural (após a ocorrência do incêndio), movimentação das armaduras atingidas pelo calor, em virtude da dilatação dos aços, e danos sobre os aços de armação, especialmente sobre os aços CA-50, do tipo B, encruados a frio.

LAJES
As lajes com armaduras do tipo encruadas a frio (CA-50-B), após o incêndio, perdem resistência e podem desabar, pois com a ação do calor, o aço passa a se comportar como o de tipo CA-24. Isto porque  a ferragem fina da armação positiva sofre dilatação e a movimentação provoca perda de aderência do concreto e "expulsão" do revestimento. Além da esfoliação do concreto na parte inferior (armação positiva), ocorre o enfraquecimento do conjunto concreto x armadura, devido à perda de aderência. Quando as lajes não desabam, verificam-se acentuadas deflexões, que resultam em trincas localizadas quase sempre perto do vão próximo dos apoios. Esse fenômeno ocorre usualmente nos focos de incêndio.
As lajes pré-moldadas protendidas são mais sensíveis à ação do fogo e quase sempre entram em colapso; quando isso não ocorre, apresentam grandes deformações.

VIGAS
As vigas, geralmente, apresentam trincas provocadas por flexão, retração ou cisalhamento. As trincas por retração são provocadas pela desidratação do concreto e as mais afetadas são as de maior dimensão longitudinal.  
Já as trincas causadas por flexão e cisalhamento são originadas pelas movimentações mais intensas ocorridas durante o incêndio: movimentos de dilatação horizontal da estrutura e abatimentos verticais ocasionados pelo colapso de pilares ou mesmo pelo rompimento de uma sequência linear de vigas e lajes.
Os danos da armadura são provocados pela dilatação da ferragem e perda de aderência ao concreto. Nos pontos de maior incidência de calor, essa dilatação pode causar "embarrigamentos" da ferragem principal em função da flambagem (alongamento dos ferros).

A dilatação da ferragem principal traz como consequência  muitas vezes, o surgimento de fissuras e trincas nos ombros das vigas, na sua parte inferior, num ângulo de aproximadamente 45°, que tendem a separar cunhas nos dois lados do fundo da viga. 
A presença de fissuramentos e abatimentos maiores nas vigas torna imprescindível a execução de reforços. As condições de ancoragem, continuidade e colocação das armações são, entretanto, muito específicas, exigindo a conjugação das técnicas do engenheiro especialista em recuperação e do engenheiro calculista. A soma dos conhecimentos técnicos de ambos é essencial ao bom detalhamento de um projeto de reforço.

PROVIDÊNCIAS INICIAIS
Os escoramentos de vigas  são quase sempre determinados pela necessidade de se aliviar pilares adjacentes. Algumas vezes, entretanto, podem ocorrer trincas de certa gravidade em vigas e lajes consecutivas, evidenciando uma linha bastante nítida de ruptura e abatimento. Nestes casos, geralmente, é indicado o escoramento do conjunto. Mais raramente, a ruptura grave de uma viga principal também exige o emprego de escoramento.

A primeira providência a ser adotada durante a vistoria inicial de uma estrutura afetada por incêndio é a instalação de deflectômetros capazes de acusar imediatamente a existência ou não de movimentos estruturais. Isto porque a presença de deformação acentuada e, principalmente, a velocidade dos movimentos estruturais são indicadores do grau de risco de colapso e permitem assinalar os pontos que devem receber atendimentos de emergência.
Não havendo movimentação na estrutura, a instalação de escoramento resulta em economia. No entanto, muitas vezes a execução de uma obra de reforço é mais rápida e, por isso, mais recomendável que o simples escoramento. Nesse caso, é conveniente também a medição dos recalques para a segurança da equipe de trabalho.
A medição de movimentos estruturais permite, a priori e em curto prazo, determinar qual a área de maior emergência e proceder à avaliação de risco x prazo entre a execução de reforços ou de escoramentos. Merece cuidado especial a interpretação da distribuição de esforços, quando do colapso de uma peça estrutural. A existência de deformação lenta das peças estruturais adjacentes, que absorvem a carga da peça falida, pode provocar o retorno progressivo dessas cargas à peça afetada. Esse fenômeno é responsável por colapsos estruturais ocorridos dias após a incidência do incêndio. As redistribuições de cargas, nesses casos, são complexas e as deformações lentas agravam, mais ainda, as dificuldades de avaliação dos esforços atuantes nas estruturas abaladas.

PILARES
Os pilares sofrem, geralmente, os mesmos fenômenos verificados com vigas e lajes. No entanto, pelas características específicas de carregamento a que estão submetidas, apresentam, algumas vezes, sintomas diversos.
A ação continuada do calor pode provocar a flambagem da ferragem principal, causando esmagamento dos pilares. Por outro lado, a dilatação das vigas, principalmente as de vão maior, que resultam em esforços adicionais por cargas horizontais, também podem levar pilares a colapso por tensões de cisalhamento.
Em outras vezes - como aconteceu no bloco de sobrelojas do Grande Avenida - é a soma das duas causas que leva um pilar ao colapso durante o incêndio.
Também é possível que some-se a esses dois fatores a redistribuição dos esforços decorrente da deformação lenta posterior ao incêndio. Nesse caso, o pilar sofre ruptura vários dias após o sinistro. Por isso, a colocação de deflectômetros - que acusam deformações estruturais e a variação da velocidade dos recalques - poderá permitir a detectação da presença e da intensidade desses fenômenos, permitindo, muitas vezes, que sejam tomadas providências antecipadas de reforços e escoramento.
Fonte: Jatocret Engenharia Ltda, revista Construção São Paulo –1981 

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segunda-feira, abril 21, 2014

Lembrança:Fogo destrói depósito da Nestlé no ABC

O incêndio começou às 12h20, na segunda-feira,  24 de setembro de 2001,  e os próprios funcionários tentaram conter o fogo em seu início, sem sucesso e o Corpo de Bombeiros foi acionado às 12h32. Os primeiros bombeiros chegaram ao depósito às 12h40.
O trânsito nas principais vias de acesso ao depósito foi bloqueado. Uma multidão de curiosos e alguns familiares de funcionários da Nestlé foram ao local atrás de notícias.
De fora, era possível ver a fumaça e as chamas que tomavam conta do prédio. Por volta das 15h, as labaredas atingiram 30 m de altura.

DESABAMENTO PARCIAL DO DEPÓSITO
Dos 45 mil m2 de área do depósito da empresa, cerca de 20 mil m2 foram atingidos pelo fogo. Parte da estrutura metálica do prédio desabou sobre caixas de leite, chocolates, biscoitos, bolachas e outros alimentos. As chamas alcançaram 30 metros de altura. A fumaça preta podia ser vista a quilômetros de distância.

CAUSA
A causa mais provável do acidente foi um curto-circuito que teria ocorrido na fiação do teto de um galpão onde são armazenados os chamados produtos secos, como biscoitos e chocolates.
Alguns funcionários que conseguiram sair da empresa disseram que o fogo começou no teto. Há suspeita de que um curto-circuito tenha dado início às chamas. Outros funcionários chegaram a dizer que uma empilhadeira teria explodido, dando origem ao incêndio. A informação não foi confirmada pelos bombeiros.

CARGA DE INCÊNDIO:
O incêndio no centro de distribuição queimou 13 mil toneladas de chocolates, biscoitos, sopas e caldos. As áreas que abrigavam sorvetes e produtos refrigerados não foram atingidas.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo atingiu 800 graus, provocando até a desintegração de vidros.
Além da grande quantidade de papelão, a gordura dos chocolates dificultou o trabalho do Corpo de Bombeiros.
 “Há muito chocolate em pó armazenado em latas, que demoram para entrar em combustão, mas não param de queimar por causa da gordura”, disse o coronel Wagner Ferrari, comandante do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Segundo Ferrari, isso criaria sempre novos focos de incêndio.

VÍTIMAS:
Dois funcionários ficaram intoxicados pela fumaça e foram medicados num posto de saúde de São Bernardo do Campo. Dois bombeiros estavam desaparecidos.

CORPO DE BOMBEIROS E DEMAIS AUXÍLIOS
Para combater as chamas, foram mobilizadas pelo menos 420 pessoas (entre bombeiros, funcionários da Prefeitura, guardas municipais, policiais civis e militares, além de seguranças particulares), 23 carros do Corpo de Bombeiros e 15 caminhões-pipas.
A prefeitura de São Bernardo do Campo destacou 190 homens. Policiais militares cuidaram do isolamento das ruas próximas ao galpão. O trabalho teve o reforço de caminhões-pipa de São Bernardo do Campo, de cidades vizinhas e de empresas particulares.
O combate ao fogo contou, além de órgãos municipais e estaduais, com o apoio de outras empresas. A SSU (Secretaria de Serviços Urbanos) de São Bernardo acionou o PAM (Plano de Ação Emergencial), que é formado pelas oito maiores empresas da cidade, como Volkswagen e Basf.
“Os funcionários da parte de segurança dessas empresas ficam disponíveis e são deslocados em caso de alguma emergência, como esse incêndio”, explicou o secretário da SSU, Gilberto Frigo. A Nestlé não está entre as oito empresas que compõem o grupo.

FALHAS DA NESTLÉ DIFICULTAM CONTROLE DO FOGO
O coronel Ferrari considerou que houve demora na chamada feita aos bombeiros e disse que deveria ter ocorrido assim que o incêndio foi detectado. Para ele, a demora de 12 minutos dificultou o controle das chamas.
O comandante dos bombeiros avaliou que o procedimento adotado pela Nestlé desde o início do incêndio foi “incorreto”. O primeiro erro foi os próprios funcionários terem tentado conter o fogo apenas com os extintores. “Em casos como esse, o extintor é insignificante”, afirmou Ferrari.
Em seguida, a empresa teria determinado que os funcionários permanecessem no local para retirar as mercadorias, para evitar que o fogo se alastrasse. “Não podiam ter feito isso, deveriam ter deixado o local imediatamente e não permanecer expostos ao perigo.”
O auxiliar de armazém Fernandes Nunes, 21 anos, que disse estar próximo ao local em que o fogo começou, confirmou que os funcionários improvisaram uma “força-tarefa”. Ele disse que do lado oposto de onde surgiu o incêndio haviam botijões de gás estocados. “Foi a primeira coisa que nós retiramos.”
O funcionário L.J.C,, que trabalhava no galpão destruído e não quis se identificar porque teme perder o emprego, afirmou que eles só deixaram o local quando os diretores informaram que o fogo não podia ser controlado. “Quando os encarregados viram que não conseguiríamos dar conta do fogo, nos mandaram sair”, afirmou.

DEFICIÊNCIAS NO SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO
O coronel Ferrari constatou que houve falha no sistema de hidrantes da Nestlé. A Brigada de Incêndio da empresa começou a combater o incêndio, antes de os bombeiros chegarem, mas as mangueiras não tinham pressão suficiente para jogar a água a uma altura de até 15 metros. Esse problema teria prejudicado o combate inicial às chamas, feito pela brigada de incêndio da Nestlé.
O coronel Orlando Rodrigues de Camargo Filho, que também participou dos trabalhos, informou que a causa da falta de pressão deve ter sido o rompimento da rede de hidrantes, após o desabamento de parte do teto do depósito. A água das mangueiras tinha alcance de no máximo 3 metros. As chamas só puderam ser combatidas com a pressão necessária a partir da chegada dos bombeiros.
A água dos caminhões-pipa era insuficiente e os veículos tinham de sair a todo momento para reabastecer. A vizinha FEI (Faculdade de Engenharia Industrial) cedeu água.

DIFICULDADE NO COMBATE AO INCÊNDIO
O comandante do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, Wagner Ferrari, criticou os problemas estruturais da Nestlé.
 “Está na hora de empresários e autoridades se conscientizarem de que a normalização de regras básicas de segurança não é uma questão de exigência, mas sim uma postura necessária como cidadãos e na quais muitas pessoas estão envolvidas”, completou.
Segundo ele, vários problemas colaboraram para que a expansão do incêndio tomasse proporções assustadoras.
A grande quantidade de material estocado no depósito, por exemplo, impediu que o fogo fosse controlado com maior facilidade.
Em alguns pontos do galpão, as pilhas com produtos atingiam 12 m de altura. Ele também questionou o trabalho da brigada de incêndio da empresa,  devido a demora em chamar os bombeiros e a rápida queda da estrutura do depósito.
Outro fator foi levantado pelo coronel Orlando Rodrigues Camargo. Ele afirmou que a falta de pressão dos hidrantes da empresa pode ter sido causada por um “colapso” na estrutura do prédio.
Segundo ele, com o desmoronamento da ferragem do teto, a rede de hidrantes foi destruída e impossibilitou a chegada de água aos locais incendiados. “O teto caiu sobre a rede de hidrantes. Eu vi vários trechos destruídos”, afirmou.
Camargo não soube afirmar se a proteção à rede de hidrantes é uma norma técnica obrigatória. A falha nesse sistema foi apontada pelo Coronel Ferrari como um dos principais fatores para a propagação do incêndio. Ele lembrou que, enquanto as chamas atingiam até 30 m de altura, a água só chegava a três metros de altura.

IRREGULARIDADE NO AUTO DE VISTORIA
O Corpo de Bombeiros identificou irregularidade administrativa na Nestlé, em razão da empresa não ter atualizado o Auto de Vistoria da corporação, que deve ser renovado a cada dois anos.  O laudo de vistoria feito pelo Corpo de Bombeiros no depósito de distribuição da Nestlé na estrada do Alvarenga, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), estava vencido havia dois anos. A última vistoria no local foi feita em março de 1999, tendo validade de 180 dias.
Durante a inspeção são verificados os equipamentos de combate a incêndio (hidrantes e extintores), o sistema de alarme de incêndio, a iluminação de emergência, as rotas de fuga e a pressão dos hidrantes.
A vistoria atualizada poderia ter evitado possíveis falhas apontadas pelo coronel Ferrari no sistema de bombeamento nos hidrantes da Nestlé, que foram utilizados pela brigada de incêndio da empresa quando o fogo foi percebido, às 12h.
Segundo ele, o galpão da empresa tem 12 metros de altura, mas a pressão nos hidrantes levava água até apenas 3 metros, sendo que o fogo começou pelo teto. "Se não fosse a falta de pressão nos hidrantes, talvez não tivéssemos perdido o controle do incêndio."
A vistoria dos bombeiros, prevista em decreto estadual de 1993, deve ser feita a cada dois anos. Para que ocorra, é necessária uma solicitação da empresa, o que, no caso da Nestlé, não teria ocorrido. O coronel Ferrari afirma que a fiscalização do documento cabe à prefeitura.
A Nestlé informou que seu sistema de segurança está de acordo com as "normas para o tipo de atividade que exerce e para as dimensões do local".

FUNCIONÁRIOS RETIRAM MATERIAIS
Funcionários da Nestlé voltaram nesta terça (25.09) ao centro de distribuição e retiraram equipamentos e produtos que não foram atingidos pelo incêndio, materiais que ainda poderiam ajudar a propagar o incêndio. O mesmo procedimento tinha sido adotado no dia em que o fogo atingiu boa parte do galpão, segunda-feira. A empresa nega ter orientado os empregados a retirar o material quando começou o acidente.
No dia do incêndio, produtos que estavam estocados no local e que não foram afetados foram removidos para áreas nas quais não corriam risco de ser atingidos pelo fogo.
Além disso, segundo um motorista – que não quis se identificar – que presta serviço de entregas para a empresa, com contrato terceirizado, cinco caminhões foram usados para transportar materiais de escritório a partir do momento em que as chamas começaram a atingir os 40 mil m² do galpão.

“Em 15 minutos, eu e vários outros funcionários carregamos os cinco caminhões com aparelhos de fax, computadores, papéis e outros materiais de escritório. O material foi colocado nos caminhões e levado para longe do galpão, mas dentro do terreno”, afirmou.
De acordo com o motorista, a orientação para a retirada dos produtos e dos acessórios de escritório partiu da área de transporte da empresa. Mas ele não soube identificar o responsável pela ordem. “Pegou fogo muito rápido. Mesmo assim, nós salvamos vários equipamentos que estavam em alguns dos escritórios que existia no galpão”, disse o motorista, que trabalha há dois anos para a empresa.
A Nestlé negou, por meio de sua assessoria de imprensa, que tenha orientado os funcionários a retirar alimentos do local do incêndio ou mesmo materiais de escritório.
De acordo com o comunicado divulgado, funcionários tentaram salvar os equipamentos, acessórios e produtos “voluntariamente”. A empresa informou ainda que, quando a atitude foi percebida, eles foram obrigados a deixar o local e seguir orientações da brigada de incêndio.

PLANO DE EMERGÊNCIA DA NESTLÉ
A Nestlé já reprogramou seu esquema de distribuição e, segundo sua Assessoria de Imprensa, está afastado o risco de desabastecimento. A partir de terça-feira, 25/09/01, a distribuição para as regiões servidas pelo centro atingido pelo fogo passou a ser feita pelos CDs de Cordeirópolis, no interior do Estado de São Paulo, e de Recife (PE). O primeiro é o maior depósito da América Latina, com capacidade de armazenagem de 3,2 milhões de caixas e área construída de 66,3 mil metros quadrados. A Assessoria de Imprensa não soube informar se a Nestlé vai construir um novo centro em São Bernardo do Campo.

CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO
Com área de 40 mil m², o CD (Centro de Distribuição) da Nestlé, localizado em São Bernardo, armazena 25 mil toneladas de produtos. É um dos três CDs da empresa, o segundo maior e responsável pelo abastecimento da Grande São Paulo e da região Sul do país.
É considerado de grande importância estratégica e de logística para a indústria de alimentos, que mantém a liderança do mercado, principalmente por causa de sua localização. Os outros dois CDs ficam em Cordeirópolis (interior de São Paulo) e Recife (PE). O prédio foi inaugurado em 1978.
Segundo comunicado da empresa, o abastecimento de produtos não deverá ser prejudicado. As regiões atendidas pelo centro de distribuição São Bernardo passarão a ser atendidas por outras unidades

AMPLIAÇÃO DO CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO
Há cerca de um mês, o presidente da Nestlé, Ivan Fábio Zurita, anunciou o investimento de R$ 10 milhões (US$ 4,2 milhões) para a ampliação física do centro: expansão para 50 mil m² que deveria ser iniciada no primeiro semestre do próximo ano.
Segundo Zurita, a ampliação aumentaria o volume operado e aproveitaria as facilidades que deverão surgir após o término da construção do Rodoanel, que vai cortar a via Anchieta. “O Rodoanel passará ao lado do centro e contribuirá muito para os nossos negócios”, afirmou Zurita na ocasião.
O mercado de consumo do Grande ABC é tido como muito importante pela empresa. Segundo o presidente da multinacional, a região responde por 10% de todo o volume de vendas realizado no país. Em nota oficial, emitida nesta segunda-feira, a empresa informou que o abastecimento não será prejudicado.

FUNCIONÁRIOS
Cerca de 300 pessoas trabalham no local, sendo 70 no galpão em que o incêndio começou – no momento da troca de turno.

COMUNICADO DA NESTLÉ
Em um comunicado oficial, a Nestlé informou que o fogo atingiu 50% dos 45 mil metros quadrados do centro. A  Nestlé informou que nenhum dos 300 funcionários do depósito ficou ferido.
Cerca de 13 mil toneladas de chocolates, biscoitos, sopas e caldos foram queimados. A administração e áreas que abrigavam refrigerados e sorvetes não foram afetadas. O centro funcionava desde 1978, com capacidade para armazenagem de 25 mil toneladas de produtos. O abastecimento não deve ser comprometido, já que a empresa dispõe de outras unidades de distribuição que devem suprir a demanda.
A Nestlé informou também que não orientou os funcionários a resgatar mercadorias e que colocou à disposição várias linhas telefônicas dentro do prédio para que os funcionários entrassem em contato com suas famílias. Segundo a empresa, os prejuízos ainda não foram calculados e as causas serão apuradas.

ESTIMATIVA DE PREJUÍZOS: R$ 90 MILHÕES (US$ 37 MILHÕES)
O incêndio que destruiu mais da metade dos 45 mil metros quadrados do Centro de Distribuição (CD) da Nestlé, no bairro Assunção, em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo, causou prejuízos que ultrapassam a cifra de R$ 90 milhões. O depósito, inaugurado em 1978, abastecia a Grande São Paulo e a Região Sul do País e é o 2º maior da empresa, com capacidade de armazenamento de 25 mil toneladas.

INQUÉRITO POLICIAL
O delegado Carlos Eduardo de Vasconcelos, do 3º DP de São Bernardo, irá presidir o inquérito que vai apurar as causas do incêndio. Segundo ele, só após o rescaldo, os peritos do Instituto de Criminalística poderão percorrer o local.

FOI O MAIOR INCÊNDIO DO ANO NO ESTADO
O incêndio ocorrido no Centro de Distribuição da Nestlé, na estrada dos Alvarengas, em São Bernardo, é o maior registrado este ano no Estado de São Paulo, de acordo com avaliação do coronel Wagner Ferrari. Ele disse que em nenhum outro caso o fogo causou uma destruição tão grande e o combate levou tanto tempo.
“Tivemos casos de grandes proporções em favelas, devido às precárias instalações da rede elétrica. Mas nenhum deles atingiu as proporções do caso de hoje”, afirmou o coronel.
Ferrari comparou o incêndio da Nestlé com o da favela Heliópolis, no bairro Heliópolis, zona Sul de São Paulo, ocorrido no dia 17 de junho de 1996. Na ocasião, o fogo destruiu um prédio semiconstruído, cerca de 20 barracos e matou quatro pessoas. “Em área atingida e dificuldade no combate, acho que as proporções são as mesmas”, afirmou.

INCÊNDIO EM DEPÓSITO DA NESTLÉ ESTÁ CONTROLADO, SEGUNDO OS BOMBEIROS
O incêndio no depósito da Nestlé em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, está controlado, segundo os bombeiros.
No entanto, conforme Gilberto Frigo, presidente da Defesa Civil e secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, o fogo "ainda é forte".
"As chamas ainda são bastante fortes nos fundos do galpão. Há um monte de entulho e ferro retorcido", disse. Apesar de o fogo ainda ser intenso, os bombeiros conseguiram confinar as chamas.
Dois bombeiros estão desaparecidos. Eles são do 8º Grupamento. "Eles pertencem a uma das primeiras equipes que entraram no pavilhão, que desabou após ser consumido pelo fogo. Não há nada confirmado ainda", afirmou.

FOCOS DE FOGO PERSISTEM   
Três dias depois do início do incêndio que ainda consome o depósito da Nestlé em São Bernardo, as dificuldades para acabar com o fogo e encontrar os corpos dos dois bombeiros desaparecidos continuam.
Após previsões iniciais que não se concretizaram, o Corpo de Bombeiros estimou nesta quarta que, pelo menos até sexta, quatro dias após o início do fogo, as chamas não acabarão. A eliminação total do risco de o incêndio voltar só deve acontecer em 15 dias, quando os escombros forem todos retirados.
Vários focos de incêndio continuavam nesta quarta na parte central do depósito e provocavam muita fumaça nas proximidades do local por causa do vento que atingiu a região durante todo o dia. As chamas já não são visíveis, mas continuam sob pilhas de produtos que atingem até 8 m de altura.
O coronel do Corpo de Bombeiros Orlando Rodrigues Camargo Filho, responsável pela operação, disse que uma das maiores dificuldades para acabar com o fogo é o fato de a água não atingir as chamas. “As latas e outros escombros estão retendo a água, que não chega ao fogo”, afirmou. Além disso, a gordura dos alimentos contribui para manter a combustão.
Até esta quarta, também não havia previsão para a descoberta dos corpos ou de indícios materiais que comprovem as mortes dos dois bombeiros. Os bombeiros iniciaram os trabalhos de remoção dos escombros no centro do galpão, local onde o sargento Alail Alves Benício, 51 anos, e o tenente Carlos Alberto Teixeira, 43, foram vistos pela última vez.

VIZINHANÇA
Os vizinhos do Centro de Distribuição da Nestlé em São Bernardo têm sofrido desde segunda-feira com a grande quantidade de fumaça do incêndio que atingiu o depósito. Irritação nos olhos e na garganta e falta de ar são os principais sintomas relatados pelos moradores.
O problema chegou a tal ponto que alguns estabelecimentos comerciais fecharam as portas e afixaram cartazes para explicar o motivo e famílias com crianças deixaram as residências.
O problema atingiu os moradores após a chuva de terça -feira.
O coronel do Corpo de Bombeiros Orlando Rodrigues Camargo Filho, responsável pela operação no depósito, afirmou que a ausência de vento tem feito com que a fumaça se concentre na superfície, como uma espécie de névoa. Ele garante que não é tóxica, mas recomendou que as pessoas com problemas respiratórios deixem o local.

CHAMAS CONTINUAM NA NESTLÉ
Os focos de chamas no centro de distribuição de alimentos da Nestlé, em São Bernardo do Campo, só deverão estar extintos na quinta-feira (27/09/01), e a limpeza de entulhos deverá ser concluída no prazo de 10 a 15 dias.
Esta é a previsão do coronel Orlando Rodrigues de Camargo Filho, chefe do Departamento de Operações Especiais do Corpo de Bombeiros da capital, que comandou os trabalhos de combate ao incêndio iniciado na segunda-feira.
Ainda havia chamas e fumaça no depósito. Dos montes de entulhos retirados de dentro do galpão e colocados na parte externa também surgiam labaredas e muita fumaça.
No interior do depósito, os focos de chamas estavam localizados em baixo das pilhas de entulhos de até 6 metros de altura. Foi o que sobrou de prateleiras de caixas de alimentos. Materiais prensados dificultavam a entrada de água nas partes inferiores das pilhas de entulhos.
No entanto, o Corpo de Bombeiros não acredita no risco de as chamas voltarem a crescer numa proporção descontrolada.  A retirada dos entulhos é feita com retroescavadeiras e guindaste. Há dificuldades operacionais.
Camargo Filho disse que a fumaça não é tóxica, mas sugeriu que pessoas com problemas respiratórios e que moram próximas ao depósito deveriam se afastar.

OPERAÇÃO RESCALDO
O Corpo de Bombeiros informou que os últimos focos de fogo foram extintos na madrugada desta quinta feira (27/09/01) e agora estão realizando a operação rescaldo. As causas do incêndio, ainda desconhecidas, estão sendo investigadas.

MORTES
Foram encontrados os corpos dos 2 bombeiros desaparecidos. Eles provavelmente morreram intoxicados pela fumaça no depósito da Nestlé.
Foram encontrados na quinta-feira (27/09/01), às 16h30, no centro de distribuição de alimentos da Nestlé, em São Bernardo do Campo.
Os corpos não estavam carbonizados. Para o comandante do Corpo de Bombeiros no Estado, coronel Wagner Ferrari, os dois morreram intoxicados pela fumaça.
Junto aos corpos havia uma mangueira. Eles estavam nos fundos de um depósito de chocolate de 30 metros de largura por 60 metros de comprimento e 8 de altura. O local tinha duas portas (de 2 metros de largura por 3 de altura) e os corpos estavam longe delas.

BALANÇO DO INCÊNDIO
A destruição atingiu mais do que os 50% divulgados anteriormente. A área atingida é de aproximadamente 30 mil m², ou seja, cerca de dois terços do depósito de 45 mil m².
Foram gastos 6 milhões de litros de água no combate ao fogo, e 226 homens continuam a trabalhar no local, com 27 viaturas, nove retroescavadeiras e 10 caminhões-pipa.

Fonte : O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Jornal da Tarde e Diário do Grande ABC, no período de 25 a 30 de setembro de 2001.

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segunda-feira, abril 14, 2014

Lembrança: Em 67, explosão do gasômetro de Santos

Em plena madrugada, 3 h 03 min, 9 de Janeiro de 1967, uma forte explosão foi ouvida em toda a cidade de Santos, a vários quilômetros de distância: era o fim do Gasômetro da Cidade de Santos - Serviços de Eletricidade e Gás S/A, situado na Rua Marechal Pego Júnior, na Vila Nova.

DESTRUIÇÃO DOS RESERVATÓRIOS E IMPACTO NA VIZINHANÇA  
 O reservatório explodiu, provocando uma labareda de cerca de 100 metros e deixando um enorme clarão, que podia ser visto de bairros distantes.
O local abrigava cinco gigantescos reservatórios de 15 metros de comprimento por três de diâmetro e estavam repletos com gás de rua, extraído da queima de carvão produzido pela companhia no bairro do Valongo. A tragédia só não foi catastrófica porque apenas um, dos cinco reservatórios, explodiu. Ainda assim, impacto foi sentido a quatro quilômetros de distância do local, à altura do Canal 6, na Ponta da Praia. Uma das partes do tambor que explodiu foi encontrada no pátio do Colégio Coração de Maria, localizado a 60 metros do local
Dezenas de prédios foram destruídos  nas redondezas. Nos bairros vizinhos, a onda de choque da explosão arrancou telhados e portas, fez paredes desabarem  e destruiu vidros de janelas a até 2 km de distância do gasômetro.Como também as instalações elétricas foram atingidas, as ruas próximas ficaram às escuras, aumentando o pânico de quem acordou sem ter idéia do que realmente tinha acontecido.

TESTEMUNHA
José das Neves Barreto, de 72 anos, lembra com lucidez daquela madrugada. Sua casa ficava na rua Conselheiro Nébias, 460, a um quilômetro dali. ‘‘A casa tremeu que parecia um terremoto’’, conta.
O ‘‘terremoto’’ também chegou ao Centro, onde Barreto mantém há mais de 50 anos uma distribuidora de ferro e aço, na João Pessoa, 418. As portas, que naquele ano eram recém colocadas, voaram longe, e também as janelas foram atingidas. Ele diz não ter requerido qualquer tipo de indenização, e se encarregou de fazer os reparos às próprias custas.

VÍTIMAS
Trezentas pessoas ficaram feridas, 42 das quais em estado grave, mas ninguém morreu.

CAUSA PROVÁVEL
Os peritos que atuaram na investigação se basearam na precariedade do material, que apresentava claros sinais de corrosão.
Segundo a perícia técnica, foi constatado que as instalações do Gasômetro de Santos estavam em péssimas condições de conservação apresentando claros sinais de corrosão.
Foi apontada pela perícia que o vaso de pressão n.5 estava corroído e não apresentava qualquer segurança. O risco era tão alto que a empresa iria interditá-lo nos próximos dias, segundo revelaram funcionários. Um fragmento do casco do vaso comprovou as denúncias: sua espessura não ia além de 6,3 mm, quando originalmente era de 15,8 mm.
Outra falha de segurança foi a proximidade dos cabos de alta tensão (6 Kv) que passavam a poucos metros dos reservatórios de gás.  A presença de um cabo de alta tensão próximo dos reservatórios reforçou a hipótese de que uma faísca, associada ao vazamento teria provocado a ignição necessária causando a explosão. Fonte: A Tribuna de Santos

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quinta-feira, abril 10, 2014

Carro cair dentro de piscina no Norte do RS

Um automóvel caiu dentro de uma piscina na quarta-feira, 8 de janeiro, em uma residência de Passo Fundo, região norte do Rio Grande do Sul. Segundo um morador, o acidente ocorreu depois que o dono do carro deixou o veículo ligado, sem passageiros, e retornou para o interior da casa.
Ao voltar, o motorista foi surpreendido ao ver o Renault Clio dentro da piscina. Os moradores da casa não detalharam os motivos para o veículo ter se movimentado. Vizinhos e amigos entraram na piscina, que estava cheia no momento do acidente, e auxiliaram na remoção do automóvel e encaminharam posteriormente para uma oficina mecânica. Fonte: G1-08/01/2014

Comentário: Os acidentes são realmente imprevisíveis ou ignoram ou subestimam fatores e o acidente transforma em uma certeza?.
É muito importante observar que um acidente não é simples obra  do acaso e pode trazer consequências indesejáveis. Em outras palavras: acidentes podem ser previstos. E, se podem ser previstos, podem ser evitados.
Quem se dedica à prevenção sabe que nada acontece por acaso no universo,  muito menos o que acostumamos chamar de acidente. Todo acidente tem uma causa  definida, por mais imprevisível que pareça ser. Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de fatores, entre eles, falhas humanas e falhas materiais. Vale lembrar que os acidentes não escolhem hora  e nem lugar. Podem acontecer em casa, no lazer, no ambiente de trabalho e nos inúmeros deslocamentos que fazemos de um lado para o outro, para cumprir nossas obrigações diárias. Fonte: Rede Valorizar – Açores - Portugal

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segunda-feira, abril 07, 2014

Trabalhador morre ao ser prensado em maquinário

Um homem morreu prensado em uma máquina na manhã de segunda-feira, 27 de janeiro de 2014. O trabalhador  Osmar tinha 46 anos e era da empresa alimentícia Codap Brasil-Hulalá Cremes e Chantily.

MANUTENÇÃO DA MÁQUINA
De acordo com a Polícia Militar, o técnico de segurança da empresa afirmou que a vítima trabalhava como operador de máquina e, no momento do acidente, por volta das 6h, Osmar estaria realizando manutenção em um robô de paletização, que estava desligado. Ainda segundo a PM, supõe-se que Osmar tenha ligado a máquina sem querer.

VÍTIMA
A vítima, que teve o pescoço e o braço esmagados pela máquina, foi socorrida e levada ao Hospital Regional ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos.

LAUDO PERICIAL
A Polícia Técnica já realizou o levantamento do local, e a empresa Codap Brasil está aguardando a conclusão do laudo pericial. Ainda de acordo com a empresa, está sendo feita uma investigação interna para levantamento das causas.

ASSISTÊNCIA
O trabalhador era casado e tinha dois filhos. Em nota, a Codap Brasil informou que está prestando toda assistência à família, e manifesta os sentimentos de pesar e solidariedade nesta hora difícil para os familiares e amigos.
Fonte: Cruzeiro do Sul - 28/01/14

Comentário: Máquinas e Equipamentos exigem que os dispositivos de isolamento sejam previamente desligados e isolados, quando submetidos a serviços de manutenção, limpeza e reparos. Muitos acidentes ocorrem em decorrência do acionamento inesperado de dispositivos de controle que provocam liberação acidental de energias armazenadas, causando lesões e mortes em trabalhadores durante a execução de trabalhos. São acidentes que podem ser evitados de uma maneira simples e eficaz - o bloqueio físico da fonte de energia, acompanhado de etiqueta sinalizadora. Fonte: Conect

PROGRAMAS DE BLOQUEIO E ETIQUETA
Os programas de bloqueio e etiqueta são usados para proteger contra acidente pessoal, para proteção de equipamento contra danos e conservar o sistema da indústria. Estes programas são indicados para identifica, isolar e controlar fontes perigosas de energia e material que pode desfavoravelmente afetar a segurança pessoal durante a operação de equipamentos, manutenção ou modificações.

BLOQUEIO
É dispositivo com finalidade de bloquear/travar o equipamento de forma que este não entre em movimento colocando os trabalhadores em riscos de acidentes. É a colocação de um dispositivo de isolamento de energia com o objetivo de garantir que o equipamento, sob controle, não possa ser operado ou entre em operação até que o dispositivo de bloqueio seja removido.

ETIQUETA
É a colocação da etiqueta/sinalização de aviso no dispositivo de isolamento de energia do equipamento para indicar ou alertar que o dispositivo de isolamento de energia e o equipamento sob o controle não possam ser operados ou abertos sem antes ter a autorização do trabalhador responsável pela etiquetagem ou sinalização.

RECOMENDAÇÕES
O desenvolvimento e execução de um programa efetivo de bloqueio e etiqueta é vantajoso para redução de acidentes. A segurança pessoal deveria ser a prioridade mais elevada para todos que trabalham com energia elétrica

O que diz a NR-12 – Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos
12.113. A manutenção, inspeção, reparos, limpeza, ajuste e outras intervenções que se fizerem necessárias devem ser executadas por profissionais capacitados, qualificados ou legalmente habilitados, formalmente autorizados pelo empregador, com as máquinas e equipamentos parados e adoção dos seguintes procedimentos:
a) isolamento e descarga de todas as fontes de energia das máquinas e equipamentos, de modo visível ou facilmente identificável por meio dos dispositivos de comando;
b) bloqueio mecânico e elétrico na posição “desligado” ou “fechado” de todos os dispositivos de corte de fontes de energia, a fim de impedir a reenergização, e sinalização com cartão ou etiqueta de bloqueio contendo o horário e a data do bloqueio, o motivo da manutenção e o nome do responsável;
c) medidas que garantam que à jusante dos pontos de corte de energia não exista possibilidade de gerar risco de acidentes;
d) medidas adicionais de segurança, quando for realizada manutenção, inspeção e reparos de equipamentos ou máquinas sustentados somente por sistemas hidráulicos e pneumáticos; e
e) sistemas de retenção com trava mecânica, para evitar o movimento de retorno acidental de partes basculadas ou articuladas abertas das máquinas e equipamentos.

Vídeo:

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quinta-feira, abril 03, 2014

Trabalhador conta como escapou do prédio em chamas

O trabalhador ficou preso na varanda em volto de fumaça e chamas. O  supervisor de construção Curtis Reissig sabia que tinha que tomar decisões rápidas de se manter a frente do incêndio que rapidamente consumiu o complexo de apartamentos de Houston.
"As chamas estavam se aproximando e mais quente. Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa. Então eu desci para o andar inferior", disse ele. A decisão tomada foi o suficiente para que a escada mecânica dos bombeiros atingisse rapidamente e saltasse para segurança. A dramática fuga foi tudo capturado em vídeo. Não houve outros feridos.

Reissig, trabalha para JLB Partners e estava no horário de almoço no canteiro de obras  quando alguém relatou um incêndio. Ele pegou um extintor e subiu para o telhado, onde ele tentou controlar as chamas.
Mas o vento forte ajudou a espalhar rapidamente o fogo em todo o telhado, disse Reissig.  Ele retornou ao  quinto andar e naquele momento,  vi um monte de fumaça, que começou a queimar os meus olhos, a minha garganta. “Eu não conseguia respirar”, disse ele.

Reissig encontrou uma janela, mas não conseguiu abri‑la. Ele disse que achava que ele ia morrer, mas ele viu uma porta para uma das unidades do edifício e foi para a varanda.
"Eu pensei, ' Ah, o ar fresco.” E então eu olho para cima e vejo à minha direita todas as chamas do prédio tão perto.

Enquanto isso, Karen Jones, que trabalha em um prédio vizinho, tinha voltado para o escritório no quarto andar depois de almoçar quando encontrou os colegas de trabalho juntos  em uma janela, observando as chamas. Jones, que capturou dramático resgate de Reissig no celular vídeo, disse que quando ela e seus colegas de trabalho viram Reissig vir para a varanda, eles começaram a se preocupar. "Estávamos aterrorizados por ele ", disse Jones.

No vídeo, alguém pode ser ouvido exclamando: “Oh meu Deus”, quando Reissig apareceu na varanda e as chamas do telhado começaram a ficar mais perto dele.

Reissig disse que viu uma escada dos bombeiros vindo em sua direção, mas percebeu que ela não iria chegar até ele antes que as chamas atingiram o primeiro lugar. Então, ele decidiu descer para a varanda abaixo.

"Na minha mente eu estava ... passando por todos os cenários. O que posso fazer ? Como é que eu vou cair ? Como é que eu vou balançar ? Mas eu sabia que eu não tinha tempo, porque estava tão quente, balancei e cai para outro andar" , disse Reissig .

Jones e seus colegas de trabalho podem ser ouvidos no vídeo gritando como Reissig girou o corpo até a borda da varanda abaixo.

"Naquele instante, meu coração disparou ", disse Jones. "Foi totalmente surreal ... como assistir a um filme de suspense na televisão. "

Também observando Reissig,  o bombeiro  Hawthorne,  na escada,  que caminhava em  a ele. Hawthorne recebeu informações de trabalhadores, quando o operador de escada avistou Reissig. .
O fogo se espalhou tão rápido que Reissig não tinha escolha, disse Hawthorne. "Se ele tivesse ficado lá em cima, ele teria tido queimaduras de terceiro grau", disse ele.

No vídeo, Hawthorne pode ser visto  sinalizando para mover a escada em direção a Reissig.

A escada não foi capaz de atingir totalmente Reissig, ficando um espaço de dois metros entre eles, pois a escada poderia ferir outros bombeiros que estavam mais abaixo dela. "Eu acenei para ele e ele pulou ", disse Hawthorne .

Mas, quando a escada passou a ser baixada , uma grande parte de uma parede caiu do quinto andar para baixo, quase acertando Reissig e Hawthorne. "Eu saí de  lá na hora certa ", disse Reissig.
Reissig se recusou a chamar seus próprios atos de heróico, dizendo que os verdadeiros heróis foram os bombeiros que o resgataram e combateram o incêndio.
"Eu sou apenas um cara que foi pego em uma situação ruim, tentando escapar”, disse ele.
O fogo destruiu um complexo de apartamentos de luxo em construção no valor de US$ 50 milhões.
A causa do incêndio ainda é desconhecida, testemunhas disseram que ele pode ter sido causado por trabalhadores que estavam realizando serviços de soldagem no telhado. Fonte: The Houston Chronicle - 26 de março de 2014

Comentário: Causa provável: Soldagem

Diagrama - Fatores que contribuem para incêndios provocados por solda e corte

Trabalho a quente é qualquer atividade temporária que pode produzir faíscas, chama ou calor em local que não foi  designado para tal atividade. Alguns exemplos de operações que geram faísca são; soldagem, corte, esmerilhamento, etc. O trabalho a quente apresenta um grave risco de incêndio. De acordo com especialistas de gestão de riscos, quase 10% dos incêndios industriais são causados por práticas inadequadas de trabalhos a quente.
Recomendação:
■ monitoração confiável e contínua nas 4 horas seguintes a todo trabalho a quente ou um sistema seguro de detecção de fumaça
Um vigia (um elemento da brigada de emergência em prontidão), presente no local, monitora às áreas de trabalho, alerta a qualquer início ou ameaça de incêndio. O vigia de incêndio pode se encarregar também da resposta inicial para incêndios usando um extintor ou uma pequena mangueira e disparando o alarme de incêndio.
Colocar pessoal adicional (vigia) conforme o tipo de serviço. Se um trabalho a quente pode ser executado em locais muito elevados, vigias adicionais devem ser colocados em diversos níveis para controlar a fagulha ou a escória que pode cair.
Providencie um vigia de incêndio para a primeira hora e monitoração confiável e contínua para as três horas subseqüentes.

Em uma análise recente de perdas por trabalhos a quente da FM Global, verificou-se que a maioria dos incêndios começou duas ou três horas após a conclusão dos trabalhos a quente.

Vídeo:

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