Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

quarta-feira, março 30, 2016

Engenheiro cria robô-cobra para uso em espaços confinados

Você colocaria seu braço dentro de um equipamento que, a qualquer movimento inesperado, pode esmagá-lo? A resposta deve ter sido que "não". Muita gente, no entanto, trabalha fazendo exatamente isso, e correndo riscos.

O engenheiro mecatrônico Lincoln Lepri, 34, resolveu criar uma solução para esse tipo de problema durante seu mestrado no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em São José dos Campos (SP). É o "snake", um robô-cobra que tem o tamanho médio de um braço humano e a flexibilidade de uma cobra.

Com 1,20 m de comprimento, o protótipo tem a capacidade de entrar em espaços reduzido. Como bom robô, vai além da capacidade humana: ele pode girar em espiral e formar uma circunferência perfeita, de ponta a ponta. Tudo isso controlado, via cabo, por um software que o próprio Lepri desenvolveu.

O protótipo, desenvolvido no Laboratório de Automação da Manufatura do ITA em dois anos, é composto basicamente de um hardware –motor, controlador, peças, braço e alumínio do robô.

O custo de produção saiu em torno de R$ 60.000. Os recursos vieram do próprio ITA e da Finep, financiadora federal de estudos e projetos.

A ideia é que o snake possa substituir o humano em áreas da indústria, como inspeção, em que o braço ainda é fundamental. A ponta do snake pode ser o que a indústria quiser: câmera (para realizar inspeções), pinças, sensores de temperatura, ultrassom, laser de corte etc.

O protótipo também pode ser adaptado para resistir a altas temperaturas, se encapsulado em material de titânio e de aço. Isso é importante, e mais ; serviços de "instalação, manutenção e reparos".


Capaz de entrar em áreas de até 80 mm de diâmetro, equivalente a uma braço humano.

Como funciona
Braço robótico pode se flexionar como uma cobra para acessar locais que são prejudiciais à ergonomia e à saúde humana. Ele faz movimentos em espiral e forma uma circunferência fechada

Exemplos de onde ele pode ser usado
▪ Caldeiras de termelétricas (que registram mais de 1500ºC)
▪ Selagem de estrutura interna de avião
▪ Usina nuclear
▪ Tanque e  reservatórios



Formado em engenharia mecatrônica na Poli-USP, com diploma duplo pelo Politénico di Milano, na Itália, Lepri trouxe a ideia do robô de fora da academia.
Quando começou a trabalhar na Embraer, há cinco anos, diz ter reparado na dificuldade de realizar tarefas nos chamados "espaços confinados". "Há espaços em que mal cabe um braço humano."
Para colocar a cobra-robô no mercado, o engenheiro criou uma startup, a Intelectron. Agora, Lepri está em busca de um parceiro para testar o snake na indústria e negocia com empresas brasileiras e até estrangeiras para fazer seu teste. Uma delas é a sueca Saab, interessada no uso da snake para o setor de defesa.  Fonte: @ZR; Folha de São Paulo - 28/03/2016   

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segunda-feira, março 21, 2016

Bola explosiva que funciona como extintor de incêndio automático

A extinção automática de incêndio em forma de uma bola contendo produtos químicos e alarme de incêndio, a revolução na tecnologia de extinção de incêndio.

Basicamente, trata-se de uma bola (fire Ball) que age como um extintor de incêndio "automático", explodindo quando em contato com o fogo e acabando com as chamas próximas em instantes.
Você pode usar a bola ao atirá-la contra as chamas ou simplesmente ao deixá-la posicionada em um lugar: ao entrar em contato com o fogo, ela explode automaticamente.

Em geral 90% das pessoas comuns não conseguem usar equipamentos de combate a incêndio quando estão enfrentando uma situação real de incêndio.

É um extintor de incêndio em forma de uma bola. Basta jogar no fogo, ela vai ativar dentro de 3-5 segundos e eficazmente dispersa produtos químicos de extinção de incêndio num raio de 360 graus. Pode também ser usado para apagar incêndio quando ninguém está por perto, ele autoativa quando entra em contato com o fogo e provoca um barulho alto como um alarme de incêndio.

Devido às suas características, pode ser colocado em qualquer  área propensa a incêndio, tais como; acima de disjuntor elétrico circuito, painéis elétricos, geradores, centro processamento de dados, depósitos,  indústrias, escritórios, lojas, hotéis, hospitais, etc. em qualquer lugar e em toda parte.

Não há treinamento ou habilidade especial necessária para operar a bola. É mais seguro, pois você não precisa chegar perto do fogo. E o mais importante não há necessidade de inspeção e manutenção regular para o produto em cinco anos. É feito de material  não tóxico para  humanos e meio ambiente.

A bola de extinção de incêndio ganhou uma série de prêmios internacionais em todo o mundo.
O produto é certificado por PSB Certification ( Productivity and Standard Board of Singapore-PSB, órgão  de certificação da região da Ásia) e  por organizações de renome em todo o mundo, juntamente com direitos de patente.

A bola de extinção de incêndio é mais adequada para as seguintes áreas de aplicação:
■Indústrias, depósitos;
■Hospitais, laboratórios, entidades  de saúde;.
■Painéis elétricos, geradores, CPD;
■Hotéis e restaurantes;
■Escolas, escritórios, arquivo central;
■Postos de gasolina, incluindo bombas de gasolina;
■Trens  e aeroportos etc.

Comparação entre a bola de extinção de incêndio com extintor convencional


Bola de extinção de incêndio
Extintor convencional
Peso
Leve: 1.30 kg +/-5%
Geralmente volumoso e pesado
Treinamento
Não há necessidade
Geralmente  10% das pessoas são treinadas
Fator de Risco
Apenas jogar em direção ao fogo
Necessidade de aproximar do fogo
Operação
Ativado automaticamente quando em contato com o fogo em 3 a 5 segundos
Intervenção manual,  necessidade de operar manualmente.
Necessidade de diferentes tipos de extintores de acordo com tipo de fogo

Vigilância
Não há necessidade
Vigilância exigida
Vida útil de recarga
5 anos
Necessidade periódica de recarga e manutenção
Classe de extinção- A,B,C .
Classe A- material sólido, tais como; Madeira, tecido, papel.
Classe
B- líquidos inflamáveis, gases combustíveis.
Classe C – eletricidade
Necessidade de vários tipos de extintores de incêndio para diferente classe de extinção
Alarme de incêndio
Alarme embutido de  138 decibéis
Não existe
Direção
O produto químico se espalha num raio de 360 graus uniformemente, extinguindo o fogo numa área maior em um único tiro.

Pode ser pulverizado em um ponto de cada vez

Fonte: @ZR; Elide Fire

Comentário: O pó químico utilizado é uma mistura especial do pó ABC, monofosfato de Amônia.
É uma nova tecnologia que pode ser usada em áreas de alto risco ou evitar a exposição ao fogo em áreas confinadas.
O fogo é uma reação em cadeia química envolvendo oxidação rápida ou queima de combustível. Ele precisa de três elementos para iniciar o fogo: combustível, oxigênio (O2) e calor.
A cadeia de  reação do fogo pode ocorrer quando todos os três elementos estão presentes nas condições adequadas e proporção. Para prevenir ou extinguir um incêndio, apenas um destes três elementos tem de ser eliminado. Os extintores de incêndio foram concebidos para eliminar o calor e oxigênio, ou a criação de barreira entre o combustível e o oxigênio, dependendo do conteúdo do extintor.

A, B, C são as classes mais comuns e representam 98% de todos os incêndios. Os conteúdos dos extintores de incêndio são líquidos, ou, mais comumente, pó químico seco. O produto químico líquido ou a água é usado para reduzir o calor, enquanto que os produtos químicos secos interrompem a reação ao fogo, criando uma barreira entre o oxigênio e a fonte de combustível. O pó químico seco é a aplicação mais versátil e amplamente utilizada para extinção dos incêndios comuns de classe A, B, C.

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terça-feira, março 15, 2016

Controle de Riscos:O que é Gerenciamento de Mudanças (MOC)?

■ Processo que assegure a revisão das mudanças planejadas para garantir que não introduzam novos riscos ou aumentem o risco dos perigos existentes;
■ Mudanças podem envolver equipamentos, procedimentos operacionais, processo, produtos, pessoas, gestão e divisão de responsabilidades;
■ As mudanças devem incluir a informação de todas as pessoas potencialmente impactadas pela mudança;
■ As mudanças incluem revisões de procedimentos operacionais, o conhecimento do processo, e outros elementos de segurança de processo envolvidos pela mudança.
■ Uma instalação em situação segura pode rapidamente tornar-se insegura devido a mudança simples em premissa de projeto, operação, produto, controle, operação e gerenciamento;
■ Gerenciamento de mudança proporciona a oportunidade de identificar o impacto das mudanças e implementar as medidas necessárias para manter ou melhorar a segurança;
■ Até mudanças destinadas a melhorar um aspecto da segurança pode ter condições/impactos que comprometam outras salvaguardas.
■ Existência de uma política e procedimento de MOC escrito
■ Incluindo a definição de "reposição do mesmo tipo", o que não estaria sujeito a MOC
■ Mudanças de maior criticidade em qualquer processo ou produtos perigosos exigem uma revisão de MOC mais formal e em maior profundidade, através de
um grupo revisor com maior experiência em MOC;
■ O MOC deve ser concebido para abranger qualquer fonte de mudança, e pessoal associado, deve ser lembrado com freqüência sobre a importância do processo de MOC;
■ Instalações com alta frequência de mudanças podem necessitar de pessoas dedicadas para assegurar os processos de gerenciamento de mudanças;
■ Programa MOC deve ser implementado de forma conscistente em todas as operações, processos e funções;
■ Processo de MOC deve ser executado por pessoas experientes e com competência em segurança de processo e no processo de MOC.
■ Os formulários formais de MOC devem coletar: Informações suficientes para permitir uma avaliação MOC adequada com os dados sobre o tipo da mudança, equipamentos e processos impactados, etc... bem como os detalhes sobre a mudança, para posterior utilização na avaliação do processo de MOC.
■ Aplicação do rigor e disciplina necessária, a fim de não permitir que a impaciência/pressa crie atalhos nas análises necessárias;
■ Definir pessoas com experiência necessária para analisar os diferentes tipos de mudança e assegurar que estas pessoas possuam ferramentas necessárias para uma adequada avaliação da mudança;
■ Desenvolver métodos para assegurar a coerência entre os revisores;
■ Assegurar que as alterações aprovadas reflitam no aumento do conhecimento do processo e em outros aspectos do sistema de gestão de segurança de processo;
■ Comunicar as mudanças para todas as partes interessadas

As Mudanças de pessoas, instalações, produtos ou condições operacionais são gerenciadas e somente são efetivadas se as novas condições de risco forem iguais ou menores que as originais. O aprendizado obtido é internalizado na cultura organizacional tornando-se parte do trabalho diário.

TRATAR SINAIS DE ALERTA PODE SALVAR VIDAS!
NÃO TRATAR ESTES SINAIS ATESTA INEXISTÊNCIA DE PROCESSO GERENCIAMENTO DE MUDANÇAS
■ Frágeis processos de realização e gerenciamento de analises de risco;
■ Sistemas de Emergência e de segurança desativados;
■ Frágil processo de “follow up” de recomendações de análises de risco;
■ Gerenciamento de Mudanças utilizado apenas para mudanças de maior porte;
■ Mudanças tratadas de forma incompleta, mantendo “backlog” de ações;
■ Mudanças organizacionais não passando por processo de MOC;
■ Interrupções e Mudanças sendo realizadas frequentemente nas operações e planos
de operação;
■ Cultura de realizar as atividades da mesma forma, mesmo com mudanças (P, I, T);
■ Lideranças não apoiam processo de MOC , justificando outras causas;
■ Condições de projeto originais e desatualizadas utilizadas para tomadas de decisão;
■ Mudanças temporárias, tornam-se permanentes sem seguir um processo de MOC;
■ Instrumentos e barreiras de segurança em situação de “bypass”;
■ Baixa disciplina em seguir os critérios de aceitabilidade de riscos, caso existentes;
■ Inexistência ou baixa existência de profissionais de gerenciamento de riscos;
   
POR QUE GERENCIAR MUDANÇAS?

Histórico de acidentes
■ Os grandes acidentes ocorridos ao longo das últimas décadas nas Indústrias Química, Petroquímica e Nuclear mostram a necessidade de um tratamento sistêmico no gerenciamento de todas os processos que permeiam a organização.
■ Uma das lições aprendidas dos acidentes mostra que os processos de gerenciamento de mudança adotados eram falhos ou inexistentes.
80% dos grandes acidentes em indústrias de processo tem sua origem em modificações mal gerenciadas.
ATÉ A MAIOR DAS RELAÇÕES DE COMPROMISSO AO FALHAR NA GESTÃO DE MUDANÇA PODE CAUSAR UMA GRANDE PERDA!
FALHAS POR ESQUECIMENTO, DESCONHECIMENTO OU MENOSPREZO EM RELAÇÃO AO RISCO SÃO AS CAUSAS PRINCIPAIS DE ACIDENTES

ANÁLISE DE 500 ACIDENTES NAS INDÚSTRIAS QUÍMICAS E PETROQUÍMICAS

80% dos acidentes foram causados por modificações feitas nas plantas.
Mudanças que causam Acidentes
1. Modificações em partidas.
2. Modificações simples.
3. Modificações feitas durante manutenções.
4. Modificações temporárias.
5. Modificações sancionadas por custo.
6. Modificações de processo.
7. Novas ferramentas.
8. Mudanças organizacionais.
9. Mudanças graduais (efeitos cumulativos).
10. Modificações encadeadas.
11. Modificações feitas para melhorar o meio ambiente.

COMO A EMPRESA BUSCA ASSEGURAR E APRIMORAR PADRÕES E O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE MUDANÇA


COMPROMISSO DAS LIDERANÇAS
■ Compromisso e liderança
■ Sinergia organizacional
■ Desenvolvimento comportamental

CONHECIMENTO DOS RISCOS E IMPACTOS
■ Padrões e procedimentos
■ Gerenciamento de fornecedores de serviços
■ Integridade das instalações e equipamentos
■ Gerenciamento de competências
■ Implantação e comissionamento de instalações e processos
■ Gerenciamento de produtos
■ Gerenciamento de mudanças
■ Preparação e atendimento á emergências

CONTROLE DOS RISCOS E IMPACTOS
■ Identificação e análise de risco e impactos em SSMA
■ Informações de produtos e processos
■ Comunicação e consulta eficaz

APRENDIZADO ORGANIZACIONAL
■ Tratamento de desvios e perdas
■ Verificação em SSMA



1-Objetivo
Assegurar que todas as mudanças nas instalações, na tecnologia, nos processos de trabalho e nas pessoas sejam realizadas de forma controlada de forma a manter os riscos ou impactos às pessoas, ao meio ambiente ou às instalações em níveis aceitáveis e de forma a promover a melhoria do desempenho em SSMA.

2- Requisitos quanto à abrangência
Toda mudança de pessoas, tecnologia, processos de trabalho ou instalações deve ser gerenciada. Toda alteração, mesmo que temporária, de qualquer requisito previamente estabelecido, deve ser entendida como uma mudança. Incluem-se entre mudanças a serem gerenciadas: modificação dos ativos; alteração feita em um equipamento ou instalação; mudança nas condições de processo, nas matérias-primas ou insumos utilizados, nos produtos produzidos, e na maneira de realizar uma tarefa ou operação.
Obs: Uma mudança será considerada temporária, caso ela perdure por até 90 dias.

QUANTO AO PLANEJAMENTO DA MUDANÇA
■ Toda mudança deve ser planejada, considerando, no mínimo: clara definição do objetivo da mudança, avaliação de riscos e impactos envolvidos, a interação com outras mudanças que estejam acontecendo ou em planejamento, sua documentação, sua comunicação, a qualificação dos envolvidos, o nível de aprovação, as etapas de verificação e a conclusão da mudança.
■ Toda mudança deve também ter como objetivo direto ou indireto a melhoria do desempenho em saúde, segurança e meio ambiente. Deve ser priorizado o uso de tecnologias consagradas, tecnologias mais limpas e de tecnologias ergonômicas e inerentemente seguras.

QUANTO À AVALIAÇÃO DE RISCOS E IMPACTOS EM SSMA
■ A execução de qualquer mudança deve ser precedida de adequada análise de riscos e impactos em Saúde, Segurança e Meio Ambiente. Recomendações devem ser definidas de forma a garantir que os riscos e impactos sejam considerados aceitáveis.
■ Deve ser considerada a necessidade de efetuar estudos de análise de riscos e impactos em fases intermediárias da mudança.

QUANTO AO NÍVEL ADEQUADO DE APROVAÇÃO
A implantação de qualquer mudança deve ser autorizada pelo nível adequado de liderança de acordo com o nível de risco e impacto associado.

QUANTO AOS DOCUMENTOS E REGISTROS
Todo o processo de mudança deve ser documentado. Todos os documentos afetados pelas mudanças devem ser revisados e atualizados.

QUANTO ÀS PESSOAS AFETADAS PELAS MUDANÇAS
■ Os líderes devem promover um processo de comunicação eficaz com todas as pessoas (integrantes ou parceiros) afetadas pela mudança.
■ Devem ser planejados e disponibilizados meios para consulta das informações, documentos e dos registros relativos às mudanças.
■ Todas as pessoas (integrantes ou parceiros) afetadas pelas mudanças devem ser qualificadas, habilitadas e ambientadas quanto aos novos métodos e/ou recursos de forma a manter os riscos e impactos à SSMA sob controle.

VERIFICAÇÃO
Toda mudança deve ser verificada antes de ser considerada concluída. A verificação deve contemplar, no mínimo: a implementação das recomendações dos estudos de riscos e impactos; a revisão dos documentos envolvidos e o nível de alcance dos objetivos (ou eficácia) da mudança. As verificações devem ser registradas.
Fonte: Engo Américo Diniz Carvalho Neto -Braskem

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terça-feira, março 08, 2016

Explosão do navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus

Plataforma FPSO da Petrobras, em São Mateus, ES 
Três pessoas morreram ao menos dez estão feridas em estado grave e seis estão desaparecidas após a explosão do navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus, ocorrida na tarde de quarta‑feira,  11 de Fevereiro de 2015, confirmou a Petrobras.

A Petrobras confirmou a explosão do navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus, na tarde de quarta‑feira,  11 de Fevereiro de 2015.  O acidente ocorreu na região de Aracruz, no norte do Espírito Santo, e foi provocado por um vazamento de gás na casa de bombas. O navio atuava nos campos de Camarupim e Camarupim Norte, a cerca de 120 quilômetros da costa.

PESSOAL NA PLATAFORMA
Ao todo, 74 pessoas estavam na plataforma no momento do acidente. 

VÍTIMAS
O acidente deixou três mortos e dez feridos, sendo duas vítimas de queimaduras graves e oito de trauma.
Na quinta-feira, 12, mais dois corpos foram localizados  encontrados na sala de máquinas do navio-plataforma.  Com isso, sobe para cinco o número de mortos no acidente, e quatro pessoas ainda estão desaparecidas.  
Na quarta-feira, 18, foi encontrada a sexta vítima, supervisor de manutenção. De acordo com informações preliminares, o reconhecimento da vítima precisou ser feito por meio de análise das impressões digitais. O corpo foi encontrado boiando em uma área inundada  do navio. Como a vítima estava em água contaminada com gás, óleo e resquícios da explosão, optou-se por trazer o corpo a Vitória de barco, e não de helicóptero.  Outros três trabalhadores ainda são considerados desaparecidos.
Na quinta-feira, 26, foi encontrado o corpo da sétima vítima, que estava desaparecido. O corpo teria sido encontrado na sala de bombas da plataforma.
No sábado, 28, oitava vítima, mecânico,   foi identificada por exames de necropapiloscopia. 
Na manhã de segunda-feira, 2 de março,  foi localizado corpo da nona e última vítima desaparecida na embarcação. O único funcionário que ainda estava sumido era o técnico de segurança do trabalho.

BALANÇO FINAL DE VÍTIMAS
9 mortes e 26 feridos

ATENDIMENTO AS VÍTIMAS
Segundo a Secretaria de Saúde do Espírito Santo, o governo acionou esquema de emergência para receber feridos no aeroporto de Vitória. "A plataforma está sem comunicação. Estamos fazendo contato por meio da plataforma Vitória (próxima ao local do acidente)", disse o diretor da FUP (Departamento de Segurança da Federação Única dos Petroleiros), José Maria Rangel.
Entre os feridos há duas vítimas de queimaduras graves e oito vítimas de trauma, informou a Secretaria de Estado da Saúde do Estado. Eles foram transferidos para os hospitais particulares Vitória Apart Hospital e Hospital Metropolitano.

Alguns dos feridos foram expostos ao fogo, explosões, queimaduras e traumas múltiplos, e que muitos caíram e foram arremessadas no navio por conta do impacto. Oito pessoas deram entrada no pronto-atendimento do hospital, elas foram sedadas pela equipe médica que realizou o resgate. Os pacientes que apresentaram estado mais grave  que foram expostos ao gás, apresentando algum tipo de fratura e trauma de grande magnitude estão na UTI. Não podemos descartar uma piora no quadro de saúde deles porque não sabemos como pode se comportar o organismo de uma pessoa,  disse o cirurgião geral Claudio Pinheiros, diretor clínico do Vitória Apart Hospital. 

TRAUMAS GRAVES
Como foi explosão seguida de incêndio, há pacientes com grandes queimaduras, pancadas, fraturas, contusões. São lesões que podem ocorrer complicações em tempo médio ou tardiamente. São queimaduras por vias aéreas que queimam até o pulmão, vão progredir e se não serem tratadas agora. Uma pessoa chegou a ficar presa no elevador inalando fumaça. Todos eles são pacientes que podem apresentar uma piora no quadro a médio e a longo prazo.
O estrangeiro que chegou em estado grave sofreu queimaduras nas vias aéreas e precisou ser sedado para poder ser entubado, já que esse tipo de ferimento pode progredir. Ele está em sedação profunda para entubação e assistência ventilatória mecânica. Não chega a ser um coma induzido porque, se tirar a sedação, ele acorda. Num momento ele está falando com você e daqui a pouco ele pode não respirar mais. Tivemos de fazer isso para que o aparelho possa ventilar os pulmões, relatou  Claudio Pinheiros, diretor clínico do hospital.
 
RELATO DE TESTEMUNHAS
Lúcido, porém com vários ferimentos pelo corpo,  Mateus, Diego Chaves Leite, 30 anos, contou aos familiares os momentos de terror que passou na plataforma. Ele está internado na UTI do Vitória Apart Hospital, na Serra, após ter sido transferido da plataforma para Vitória de helicóptero.

Diego estava embarcado e faz parte da brigada de resgate do navio. Ele estava relativamente próximo ao local em que aconteceu o acidente. No momento da explosão, ele e um colega caíram de uma altura de cerca de 30 metros. Diego quebrou as duas pernas.

Alexandre Tavares, cunhado de Diego, contou que ele estava em um elevador com um amigo, indo almoçar, após já ter ajudado a controlar uma primeira explosão na sala de bombas.
 “Teve uma explosão, que foi controlada, e quando ele foi almoçar, teve a segunda. Aí ele já estava dentro do elevador indo para o refeitório almoçar. Ele disse que só pensava em Deus, estava dentro do elevador, preso, a água subindo. Começou a orar e pedir para Deus tirar ele dali”, contou Alexandre.

Ainda de acordo com o cunhado, Diego salvou um colega de trabalho, que também estava no elevador no momento da explosão. “Ele falou que eles caíram de uma  altura de 20 a 30 metros, e o amigo dele ficou desmaiado no elevador. Ele salvou o amigo dele, porque a água já estava numa altura que dava pra pessoa se afogar”, disse.
Diego contou aos familiares que essa não foi a primeira fez que houve um vazamento de gás no navio-plataforma. Ele afirma que a última vez que aconteceu foi no dia 22 de janeiro.
Diego passou por uma cirurgia no final da tarde de quinta (22) no Vitória Apart Hospital.

LIBERAÇÃO DE ALTA
A BW Offshore, operadora da plataforma informou em 15/02,  que mais 15 feridos, de um total de 26, receberam alta. Agora restam cinco ainda hospitalizados. A empresa informa ainda que quatro pessoas continuam desaparecidas.

NÃO HOUVE DERRAMAMENTO DE ÓLEO
De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo), não houve derramamento de óleo, o fogo foi debelado e a plataforma está "estabilizada".

Em nota, a Petrobras lamentou o acidente e citou o "Plano de Emergência". "O acidente foi controlado a partir do imediato acionamento do Plano de Emergência com a mobilização de todos os recursos necessários. As operações da plataforma foram interrompidas", diz a nota da empresa.  A BW Offshore, que opera para a estatal o navio-plataforma, informou que está prestando toda assistência aos funcionários e familiares.

Segundo a Secretaria de Saúde do Espírito Santo, o governo acionou esquema de emergência para receber feridos no aeroporto de Vitória. "A plataforma está sem comunicação. Estamos fazendo contato por meio da plataforma Vitória (próxima ao local do acidente)", disse o diretor da FUP (Departamento de Segurança da Federação Única dos Petroleiros), José Maria Rangel.

INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
A Capitania dos Portos vai abrir um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação para apurar as causas e responsabilidades na explosão. O prazo para a conclusão das investigações é de 90 dias.

PLATAFORMA DE ALTO-RISCO
Segundo o inspetor de equipamento Gerson Pistori, especialista em segurança de plataformas, que presta serviços para Petrobras há 13 anos, o navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus era classificado como um local de alto-risco por operar com gás. Ele acredita que o mais provável é que o acidente tenha ocorrido em uma área restrita da plataforma.
"As plataformas são todas setorizadas, poucas pessoas têm acesso à área da casa de bombas. O grosso do pessoal deveria estar em uma área longe do acidente, já que estão conseguindo fazer resgate aéreo e por baleeiro (navio específico para resgates em alto mar)", afirma.

CARACTERÍSTICAS DO NAVIO-PLATAFORMA CIDADE DE SÃO MATEUS
O QUE É FPSO - Floating Production Storage and Offloading - É um navio adaptado para funcionar como plataforma de produção, armazenamento e transferência de gás ou petróleo para outras embarcações.
O navio-plataforma Cidade de São Mateus é uma unidade do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo). A embarcação é de propriedade da empresa norueguesa BW Offshore e presta serviços para a Petrobras na costa do Espírito Santo desde 2009.
A unidade foi alugada pela Petrobras e opera no pós-sal dos campos de Camarupim e Camarupim Norte, no litoral do Espírito Santo, a cerca de 120 km da costa. Segundo a Petrobras, a produção de gás é escoada por duto para terra.

O navio-plataforma foi o primeiro para gás instalado no Brasil e tem capacidade para processar 10 milhões de metros cúbicos de gás e 35 mil barris de óleo por dia.
A plataforma tem foco maior na produção de gás. Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), a FPSO São Mateus produzia 2,250 milhões de metros cúbicos de gás/por dia e 350 metros cúbicos de óleo/por dia.
O volume produzido pela FPSO Cidade de São Mateus representa menos de 3% da produção total de gás da Petrobras em dezembro, que atingiu ao todo naquele mês 84,5 milhões de metros cúbicos/dia.
No caso da produção de petróleo, o volume produzido pela FPSO é ínfimo perto do total produzido pela Petrobras em dezembro, de mais de 2,212 milhões de barris/dia.

A BW Offshore informa em seu site que a FPSO Cidade de São Mateus tem capacidade de produção de 25 mil barris por dia. O contrato da empresa com a Petrobras tem duração até 2018.
A ANP informou que o navio recebeu declaração de conformidade da Marinha em 2015 e que a agência fez uma atualização de documentação marítima em setembro de 2014.
A concessão de Camarupim é operada pela Petrobras (100%) e a de Camarupim Norte é uma parceria entre a Petrobras (65%) e a empresa Ouro Preto Energia (35%).


AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS (ANP).
A ANP informou que está mandando duas equipes para acompanhar a investigação do acidente. Uma deve ir para a sala de crise da Petrobras, no Rio de Janeiro, e a outra embarcará no navio-plataforma. Ainda segundo a agência, não houve derramamento de óleo, o fogo já foi apagado e a plataforma está estabilizada.  
A ANP confirmou que 33 funcionários foram deslocados para uma baleeira, uma espécie de embarcação de fuga, e foram transportados para Vitória, sem ferimento algum. A plataforma está incomunicável.
A ANP ainda informou que a Petrobras é a responsável por responder pelo acidente no navio‑plataforma. Por meio da assessoria de imprensa, a ANP disse que seu relacionamento é com a concessionária, sendo que a responsável pela área é a Petrobras, independente de terceirização. O procedimento é abrir um processo administrativo para investigar a causa do acidente e, se ao final dele houver determinação de multa, ela será aplicada à Petrobras.

BUSCAS
Uma equipe de nove bombeiros foi enviada, na noite de quarta-feira, para o navio-plataforma para buscar as pessoas que estão desaparecidas. O grupo de resgate em ambiente fechado foi ao local em dois helicópteros da Marinha para procurar dentro da embarcação.
A suspeita dos bombeiros é que os funcionários estejam isolados em alguma sala não atingida pela explosão e que não tenham uma forma de se comunicar. O navio-plataforma está sem iluminação, o que tornaria ainda mais difícil a tarefa dos desaparecidos de sair de onde estão.
Equipes do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo tiveram que utilizar lanternas, máscaras especiais e cilindros de oxigênio para realizar buscas  no navio-plataforma.
O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Adeílton Costa Pavani informou que, além de lanternas, os militares contaram com a iluminação de embarcações próximas ao navio‑plataforma.
A falta de iluminação não é a única adversidade enfrentada pelos bombeiros. Segundo o coronel Pavani, as escadas de acesso à casa de máquinas, onde houve a explosão, foram seriamente danificadas. Por esse motivo, os militares utilizam cordas e roldanas para viabilizar o acesso ao local. Eles também fazem uso de equipamentos que permitem a respiração no ambiente. Há suspeita de que gases tóxicos tenham sido liberados no acidente.
"Aquele é um local fechado. Quando houve a explosão, automaticamente houve uma queima do gás-combustível retido no ambiente. Com isso, é liberado uma onda de choque que provoca a expansão desses gases queimados", explicou o tenente-coronel. "É a primeira vez que trabalhamos com um acidente dessa magnitude."
Pavani declarou ainda que as equipes estão à espera de uma autorização da Petrobras para dar continuidade às buscas na manhã de quinta-feira (12). Os militares estão posicionados em uma embarcação próxima, e o oficial disse acreditar que, com o auxílio da iluminação natural, as chances de localizar mais corpos são maiores.  

PARALISAÇÃO DAS  BUSCAS
Segundo o Corpo de Bombeiros, as buscas foram suspensas na  sexta-feira (13) a pedido da BW Offshore, responsável pela embarcação, para que seja feito o trabalho de retirada de água de alguns compartimentos. As buscas pelos bombeiros devem retomar na terça-feira (17), quando o trabalho dos mergulhadores forem finalizados.

MARINHA DO BRASIL
Em nota, a Marinha do Brasil informou que está empregando três navios (uma Corveta e dois Navios-Patrulha), três aeronaves (duas no aeroporto de Vitória e uma a bordo da Corveta) e cerca de 400 homens para controlar a área marítima, evitar eventuais riscos à navegação e contribuir para eventuais resgates na região.
As tripulações das duas aeronaves da Marinha que transportaram bombeiros militares para a plataforma na noite desta quarta-feira (11) permanecerão em alerta, prontas para decolar e prestar apoio quando necessário, segundo informou a nota.

BW OFFSHORE
Segundo a BW Offshore, por motivos de segurança, todos os funcionários foram retirados da embarcação. Os parentes das vítimas foram informados e os funcionários estão sendo atendidos por uma equipe de apoio montada pela BW Offshore Brasil.
A produção foi paralisada e a unidade fechada.  "É um dia trágico para nós, nosso foco é nos funcionários e suas famílias. Não vamos descansar enquanto não encontrarmos os quatro desaparecidos. Somos gratos à Petrobras e às autoridades brasileiras pelo esforço incansável e gostaríamos de agradecer o apoio deles nesse momento", diz Carl Arnet, CEO da BW Offshore.

VALOR DA PLATAFORMA
A plataforma FPSO Cidade de São Mateus tem valor estimado entre US$ 1 bilhão e US$ 1,2 bilhão, segundo analistas de mercado.

AVARIAS E RECUPERAÇÃO DA PLATAFORMA
Antes (acima)  da explosão e depois (abaixo) do navio-plataforma

O local onde ocorreu a explosão permanecia inundado e inacessível, segundo a última informação da  ANP, na noite de quinta-feira, 12. A agência explicou que a parte submersa do casco foi totalmente inspecionada e que o mesmo estaria íntegro, mas o navio está parcialmente inclinado.  

Um grupo de mergulhadores   na manhã de sábado (14), começou a instalar tampas nas caixas de mar do navio-plataforma  na tentativa de recuperar o casco da embarcação. As estruturas, que serão instaladas  pesam mais de 200 quilos e vão bloquear a entrada de água do mar na plataforma.  
Depois dessa operação, prevista para terminar na segunda-feira (16), começam os trabalhos de retirada da água interna, que vão facilitar a localização dos quatro operários que ainda estão desaparecidos. Questionada sobre o tamanho e o número de buracos existentes no casco, a Petrobras negou que esteja entrando água no navio-plataforma, que, de acordo com a companhia, está estável. A Petrobras esclarece  que as avaliações indicam que houve comunicação através das caixas de mar, localizadas na praça de máquinas, que existem para captação de água para uso na plataforma. Os trabalhos estão sendo realizados por uma equipe de mergulhadores especializados e deverão ser concluídos nos próximos dias.
A casa de bombas, onde ocorreu à explosão tem muita água misturada a óleo, o que deixa a água escura e também dificulta as buscas. As equipes não devem fazer buscas no mar, pois descartam a hipótese de que esses desaparecidos não estejam no interior navio, já que a explosão ocorreu dentro dele.

Os mergulhadores, que atuam na instalação de tampas nas caixas de mar do navio-plataforma Cidade São Mateus, no litoral do Espírito Santo, continuam os trabalhos neste domingo (15). A responsável pela embarcação, BW Offshore, explicou que o objetivo é estabilizar o navio, que teve alguns compartimentos inundados após a explosão da quarta-feira (11). Quatro dias após o acidente, quatro pessoas continuam desaparecidas.

Para que um navio-plataforma do porte do FPSO Cidade São Mateus fique estabilizado, quando vai perdendo combustível, é preciso que sejam instaladas caixas de água entre os compartimentos. Com a explosão as paredes foram rompidas, ocasionando inundações em algumas áreas.Para conter a água e assegurar a estabilidade no navio-plataforma, os mergulhadores estão instalando as tampas e bombeando a água, que ficou concentrada na parte de trás da embarcação, para frente e para o meio, explicou a assessoria da BW Offshore.
Nas imagens feitas do navio-plataforma, após o acidente, é possível observar que ele aparece um pouco inclinado. A empresa assegurou ainda que o casco do navio permanece íntegro e sem nenhum risco de vazamento. O processo de instalação das tampas, no entanto, é lento e pode demorar alguns dias. Não há previsão de término.

POLÍCIA FEDERAL
Um inquérito foi instaurado pela Polícia Federal para apurar os fatos que envolvem a explosão. De acordo com a PF o prazo inicial para a conclusão do inquérito é de 30 dias. Serão investigados os crimes de homicídio ou incêndio qualificado. Dois dias após o acidente, quatro pessoas continuam desaparecidas.
A assessoria da Polícia Federal também informou que uma equipe fará uma inspeção no navio-plataforma assim que as buscas terminarem e a embarcação for liberada.

MINISTÉRIO DO TRABALHO FARÁ INSPEÇÃO 
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) vai fazer uma vistoria no navio-plataforma.
A fiscalização será na próxima quinta-feira (19). O órgão vai analisar se a embarcação seguia as normas de segurança do trabalho. Caso sejam constatadas irregularidades, a empresa BW Offshore será autuada e o caso encaminhado para o Ministério Público do Trabalho (MPT).

CAIXA PRETA
Com base no relatório da Comissão de Crise da Petrobras, as informações cruciais que vão ajudar a entender as causas da explosão deverão começar a ser esclarecidas a partir de segunda-feira (23) com abertura de uma 'caixa preta' da plataforma.
Segundo a BW Offshore, os dados da caixa preta do navio foram passados para a Marinha, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Polícia Federal. A assessoria de imprensa da PF disse que os peritos estão analisando os dados. O laudo com base nessas informações vai ajudar o inquérito da polícia e pode apontar as possíveis causas do acidente, mas ainda não tem previsão de quando fica pronto.
Nas próximas semanas, o navio-plataforma deve ser levado para um estaleiro na costa, onde os reparos serão feitos. A empresa dona do navio não soube informar onde isso vai acontecer, nem se ele volta a funcionar no mesmo local onde aconteceu o acidente.

CONFORMIDADE DE OPERAÇÃO DA PLATAFORMA
A Marinha do Brasil informou nesta quinta-feira que o navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus foi periciado em 3 de abril de 2014 pelos inspetores navais da Capitania dos Portos do Espírito Santo. A vistoria, segundo a nota divulgada, encontrou 12 deficiências, que foram sanadas em 28 de maio. No dia seguinte, 29, a Marinha emitiu a Declaração de Conformidade para Operação da Plataforma, documento que autoriza a operação em águas brasileiras. O documento tem validade até 3 de abril deste ano.

INQUÉRITO FINAL DA POLÍCIA FEDERAL
Mais de 10 meses depois da pior tragédia no setor de petróleo e gás do Espírito Santo e uma das mais graves do país, a Polícia Federal informou que concluiu o inquérito que investigava o acidente e anunciou o indiciamento do gerente da embarcação e de outros três funcionários da norueguesa BW Offshore, terceirizada da Petrobras e operadora do navio.
Gestor da embarcação foi indiciado por homicídio doloso. Ele pode pegar até 25 anos de cadeia. Outros três funcionários da BW foram acusados por homicídio culposo

O risco de explosão iminente não foi capaz de impedir que o gerente do navio-plataforma Cidade de São Mateus, segundo a Polícia Federal, tomasse decisões equivocadas e em desacordo com as normas de segurança. Medidas essas que resultaram na morte de nove pessoas e deixaram 26 feridas em 11 de fevereiro deste ano, no campo de Camarupim, no litoral de Aracruz.
O chefe da Delegacia de Defesa Institucional da PF, Leonardo Rabello, explicou que os trabalhadores, todos estrangeiros, foram indiciados por homicídio doloso, culposo e lesão corporal grave, e que podem pegar até 25 anos de prisão se somadas as penas. Segundo ele, as provas coletadas vão ser encaminhadas hoje ao Ministério Público Federal (MPF) para que o órgão decida se apresentará à Justiça a denúncia criminal.

A autoridade policial desconfia que os gestores do navio pressionavam os trabalhadores com o objetivo de manter produtividade. Possivelmente, de acordo com as investigações, os funcionários da plataforma, que morreram, eram ameaçados a fazer tarefas mesmo em momento de risco sob a ameaça de perderem seus empregos.

Para Rabello, ficou claro que houve uma sucessão de erros em relação à transferência de fluidos de um tanque para o outro, além do fato dos responsáveis pela gestão do navio terem subestimado o vazamento de gás na casa de bombas, enviando equipes para o local mesmo com a detecção de um alto risco de explosão.
A confirmação do elevado nível de explosividade foi feita depois que a Polícia Civil encontrou em um dos corpos das vítimas um detector portátil de gás. Esse aparelho registrou os índices de gás no dia do acidente e possibilitou a análise de dados e gráficos que indicaram a iminência para acontecer um acidente.

“Foi constatado que o índice de explosividade estava em 100%, o que podemos dizer é que estávamos diante de um ambiente absolutamente explosivo. Quem tomou as decisões sabia dos riscos”, observou o delegado ao complementar que prova de que o problema não estava recebendo a devida atenção foi quando um minuto antes de acontecer o desastre, as pessoas que não estavam envolvidas nos reparos haviam sido liberadas para almoçar. “Isso dava a impressão de que estava tudo bem.”
Segundo as apurações, também havia ausência de superiores hierárquicos com habilitação para gerenciar o navio e os funcionários.

Quando ocorreu a explosão, era apenas o terceiro embarque do filipino que respondia pela gerência do navio, aponta as análises trabalhistas. O superintendente russo tinha sido contratado há 11 dias. E, um dos cargos essenciais, de supervisor, estava vazio há meses.
A respeito da punição dos estrangeiros, ainda não há uma clareza sobre como ela vai acontecer, já que segundo o delegado Rabello é muito provável que esses profissionais não estejam no Brasil. Se eles não retornarem ao Brasil, isso não impede que eles sejam condenados. O que pode ser realizado é a Justiça traçar uma decisão para que cumpram a pena em seus países.

OUTRO LADO
A BW Offshore informou por meio de nota que tomou conhecimento do resultado final das investigações da Polícia Federal e esclareceu que “a empresa continua a prestar o devido suporte a todos os envolvidos no acidente”. A companhia norueguesa confirmou que a plataforma permanece no local do acidente e que o processo de descarga do condensado foi realizado e concluído com êxito. Agora, irá continuar o processo de preparação do reboque da embarcação para um estaleiro. 

OS CULPADOS, SEGUNDO A POLÍCIA FEDERAL
Gerente da plataforma: O filipino assumiu risco de enviar os trabalhadores para conter vazamento. Ele foi indiciado por dolo eventual - homicídio doloso e lesão corporal dolosa.
Superintendente de marinha: Russo, ele agiu com negligência e imperícia. Foi acusado de homicídio culposo.
Superintendente de manutenção: O polonês foi acusado de negligência e de cometer homicídio culposo.
Operador de marinha: Filipino é acusado de negligência, imperícia e homicídio culposo.
Obs.: Os nomes não foram divulgados pela Polícia Federal

DINAMICA DO ACIDENTE SEGUNDO A POLÍCIA FEDERAL
1) Ausência da conclusão da permissão de trabalho, medida adotada para analisar os riscos da execução de alguma atividade no navio-plataforma, antes da descida da terceira equipe responsável pela limpeza e reparo do vazamento.
2) Ausência no plano de emergência para a hipótese de vazamento de gás e explosão na casa de bombas.
3) Ausência do sistema de gestão de mudança (MOC), que tem estudos e análises necessárias para qualquer mudança operacional no navio-plataforma a fim de que pudesse ser implementada alterações sem riscos. Não havia planejamento para o novo alinhamento de transferência de fluído, que ocorria no dia do acidente, antes do vazamento, entre os tanques 6C para o 2C, através da linha de gás inerte que foi usado para transferência de condensado.
4) Não interrupção da bomba de stripping, durante a mudança de alinhamento, visto que foi fechada uma válvula na linha de descarga, havendo consequentemente um aumento de pressão na rede.
5) A raquete instalada no flange, próximo à válvula OP-68 não foi instalada através de gestão de mudança, bem como era inadequada em face da baixa espessura e por estar fora da especificação, em desacordo com a pressão do projeto original da linha.
6) Pôde-se constatar que um detector portátil encontrado pela Polícia Civil em um dos corpos, no local da explosão, havia atingido 100% de explosividade, ou seja, a situação no local de vazamento estava em iminência de explosão em virtude dos níveis elevados de inflamáveis.
7) Ausência de diagnóstico de vazamento correto, haja vista que não foi considerado a possibilidade do condensado (fluido) ter escorrido, através das aberturas no piso para o nível inferior da casa de bombas.
8) Liberação dos pontos de encontro com a emergência em andamento gerou em muitos a impressão de que a situação estava sob controle e que não haveria mais riscos.
9) Violação das normas de segurança foi um dos erros. O gerente da plataforma, responsável maior pela embarcação, não respeitou os procedimentos que preveem em caso de espaços confinados avaliação dos riscos para permitir a entrada dos trabalhadores.

CENÁRIO DO ACIDENTE
■ A-05/ a 09/02- Iniciada operação de transferência de fluido do tanque 06C para o tanque SOLP, utilizando-se da bomba de Stripping.
■ B-10/02/15- Redução da eficiência da transferência do fluido.
■ 11/02/15- 11:14- Em função da dificuldade de bombeio foi decidido adotar uma nova estratégia, transferindo o fluido do tanque 6C para o tanque 2C, via linha de gás inerte, com auxílio da bomba de Stripping. Esta operação, entretanto, foi feita sem a devida Gestão de Mudança (MOC).
■11/02/15 – 11:22 - Fechamento da válvula de descarga (OP-084) da bomba de Stripping, mantendo esta, contudo, em funcionamento a 8% o que ocasionou elevação da pressão;
■11/02/15- 11:24- Para um novo alinhamento foram abertas as válvulas de sucção OP-048 e OP-051, mantendo-se a linha descarga bloqueada, iniciando um vazamento de fluido (água e condensado) no flange próximo da válvula OP-68 (neste ponto do vazamento é que foi instalada uma raquete de bloqueio, de baixa espessura em desacordo com a pressão do projeto original).
■11/02/15- 11:25- Neste momento denotou-se na sala de controle um aumento de pressão de descarga da bomba de Stripping, sendo comandada a sua parada e abertura da válvula OP-084, evidenciando clara falta de planejamento.
■11/02/15- 11:26- Ocorreu o disparo do primeiro alarme de gás, confirmado na casa de bombas;
■ 11/02/15- 11:27- Acionamento do segundo detector de gás na casa de bombas;
■11/02/15- 11:30- É informado pelo bombeador da casa de bombas o local do vazamento em um flange próximo a válvula OP-068;
■11/02/15- 11:31- Terceiro detector de gás acionado, desencadeou no desligamento de emergência nível 2, que parou todas as bombas, fechou todas as válvulas, e interrompeu a ventilação.
■11/02/15- 11:46 até 11:51- Entrada da primeira equipe no local do vazamento para investigá-lo. Há a confirmação de uma poça de líquido no piso, e é reportado elevados teores de gás na Casa de Bombas, medidos pelos detectores portáteis de gás.
■11/02/15- 12:02- É enviada uma segunda equipe à casa de bombas para planejar o reparo do vazamento.
■11/02/15-12:14- Após retorno desta equipe foi estabelecida estratégia de limpar a área de vazamento com mantas absorventes e reapertar o flange identificado como fonte do vazamento.
■11/02/15- 12:26- descida de uma terceira equipe com 5 pessoas, levando chaves de boca para reaperto do flange e um martelo de borracha e mantas absorventes, tendo sido adicionalmente montada uma linha de combate a incêndio para possibilitar a lavagem com água do local;
■ 11/02/15-12:32- É anunciado pelo sistema de som do navio plataforma para a toda unidade que as pessoas não essenciais à contingência estavam liberadas para almoçar.
■ 11/02/15-12:33- Ocorre uma forte explosão na Casa de bombas atingindo praça de máquinas e casario.

RELATÓRIO FINAL DA ANP
Relatório da agência afirma que empresas operavam navio sem implementar sistema de segurança e sem cumprir as normas de controle de risco
Falhas na implementação do sistema de gerenciamento de segurança operacional e o não cumprimento de normas ligadas ao controle de riscos, pela Petrobras e pela BW Offshore, foram identificadas e apontadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) como responsáveis por desencadear a explosão no navio-plataforma.
O documento, concluído em agosto de 2015  e divulgado pela agência, revela que foram descobertas 28 falhas, que estão relacionadas;
■ à estocagem inadequada de condensado,
■ degradação do sistema de cargas,
■ equipes de trabalhadores despreparadas,
■ operações equivocadas,
■ equipamentos impróprios,
■ exposição dos trabalhadores ao risco,
■ além da adoção de materiais inadequados em uma atmosfera explosiva.

Segundo o relatório, os erros já estavam sendo cometidos anteriormente à data da tragédia. Um exemplo disso foi a instalação um ano antes de uma peça (denominada raquete) em uma das válvulas da embarcação. O uso inadequado desse item fora do padrão fez com que houvesse o vazamento do condensado, que resultaria posteriormente na explosão.
 “Evidenciou-se que decisões gerenciais tomadas pela Petrobras, Prosafe e BW Offshore (operadora da instalação), ao longo do ciclo de vida do FPSO Cidade de São Mateus, introduziram riscos de forma não gerenciada à operação da plataforma. Os riscos introduzidos criaram as condições necessárias para a ocorrência deste acidente maior”, concluiu a ANP em seu relatório.

DESPREPARO NA EMERGÊNCIA
Problemas como o despreparo das equipes e a falta de procedimentos formalizados em casos de emergência potencializaram a tragédia.
Após a explosão, pessoas chegaram a ser designadas para funções distintas daquelas previstas em situações de risco.
A resposta à emergência também foi comprometida com a demora no resgate. Não havia nenhum helicóptero de prontidão para realizar missões de salvatagem aeromédica. E a lista para a contagem das pessoas para o abandono do navio estava desatualizada e prejudicou o embarque nas baleeiras.

Após constatar as irregularidades, a ANP instaurou processos administrativos que podem resultar em multas milionárias para a concessionária e a operadora do campo. Procuradas, a Petrobras e a BW Offshore não se manifestaram.

Entenda alguns erros antes e depois da explosão

Desvio de função
Durante a investigação da ANP foi evidenciado que algumas pessoas foram designadas para funções distintas daquelas preconizadas no Plano de Respostas a Emergência (PRE) da unidade, ou seja, indivíduos desempenharam funções não previstas nos procedimentos. As apurações também encontraram funcionários com sobrecarga de trabalho, exercendo duas funções.

Caos a bordo
Após a explosão, as pessoas a bordo do navio ficaram desorientadas e a desordem se instalou, segundo o documento. A morte das lideranças das equipes de brigada, o ferimento de membros da equipe de socorro e os danos à enfermaria ocasionaram a falência das estruturas de busca de desaparecidos e atendimento aos feridos.

Sem pessoal
Na hora do resgate pela baleeira, não havia no navio pessoas capacitadas para atuar no resgate e comandar a embarcação.

Isenção de culpa
Embora a Petrobras tenha alegado que, em caso de afretamento, compete à operadora da instalação (no caso a BW Offshore) a aprovação dos projetos e das análises de risco, segundo a ANP, a concessionária tem obrigações de garantir a segurança da unidade.

Atraso no resgate
Embora estivesse previsto no contrato de afretamento de aeronaves que a Petrobras poderia acionar a qualquer momento o helicóptero para missões de salvatagem aeromédica, nenhuma aeronave foi mantida na base de Vitória em substituição à que estava em manutenção. Por isso, houve um atraso de 1h12 minutos para o primeiro resgate.

Elevador
Duas das quatro pessoas de hotelaria, que integravam à enfermagem, estavam no elevador na hora da explosão e ficaram feridas e presas nas ferragens. Elas foram localizadas, por meio de gritos. E apesar das dificuldades, foram resgatadas pelo pessoal de bordo.

Danos na enfermaria
A pressão da explosão causou danos graves para a enfermaria. Os impactos deixaram este ambiente sem condições de oferecer cuidados aos feridos. O material de primeiros socorros foi contaminado pelos resíduos da explosão e pela lã de vidro que se desprendeu do revestimento das divisórias das acomodações.

Pontos de encontro
Os pontos de encontro do refeitório, da enfermaria e da sala de controle da praça de máquinas, que posteriormente ficariam destruídos, foram desmobilizados. As pessoas foram induzidas a agir como se as situações fossem normais, como utilizar elevador, se preparar para o almoço e se dirigir aos camarotes para trocar roupas

Os 28 erros, chamados de causas raiz pela ANP, que provocaram a explosão e as mortes
1: Gerenciamento de mudanças não realizado
2: Falta de revisão de riscos
3: Restrição de alinhamentos com a instalação de raquetes / Gerenciamento de mudanças não realizado
4: Passagem de serviço inadequada / Comunicação inadequada entre turnos
5: Documentos desatualizados / Falha nos registros e documentação da mudança
6: Alterações sem o gerenciamento de mudanças / Gerenciamento de mudanças não realizado
7: Ausência dos superintendentes de marinha / Ausência do gerenciamento de mudança de pessoas
8: Ausência de responsável / acompanhamento / Dimensionamento inadequado do programa de treinamento
9: Ausência da função de supervisão / Recursos não disponíveis
10: Pessoas com mesmo cargo desempenhando funções distintas / Falha na identificação de requisitos de treinamento/capacitação
11: Falta de treinamento em procedimentos operacionais / Falha na identificação de treinamento/capacitação em procedimentos operacionais
12: Procedimento desatualizado/indisponível / Falha na disponibilização de recursos
13: Falha na implementação de recomendações e salvaguardas de análises de risco e estudos de segurança / Falha na implementação de ações corretivas
14: Procedimento operacional incompleto e ausência de instruções claras / Procedimento incompleto
15: Informação de strokes da bomba não disponível no sistema supervisão / Não atendimento a critérios de projeto
16: Falta de plano para inspeções, calibração e testes para garantir confiabilidade mínima para a válvula de segurança da bomba de stripping / Falta de plano de inspeção, calibração e testes
17: Falta de intertravamentos na bomba de stripping / Falha ao considerar aspectos que podem introduzir risco no projeto
18: Falta de alarme de pressão alta na descarga da bomba de stripping / Falha ao considerar aspectos que podem introduzir risco no projeto
19: Falha no controle de peças sobressalentes / Falha no controle de informações
20: Sistema sem folga para a instalação de raquetes / Falha ao considerar requisitos em projeto
21: Improvisação de raquetes / Falta de gerenciamento de mudanças nas alterações de requisitos de projeto
22: Falta de instruções claras no procedimento de resposta à emergência / Procedimento incompleto/inadequado
23: Cenários acidentais no PRE da operadora da instalação não contemplam os resultados dos Estudos de Risco da unidade / Falha na identificação de cenários acidentais
24: Desmobilização dos pontos de encontro /Ausência de conscientização
25: Falha na minimização da exposição de pessoas a riscos durante a resposta à emergência / Não considerou a redução da exposição humana às consequências de eventuais falhas de sistemas e estruturas
26: Exposição da brigada / Recursos de resposta não identificados
27: Exposição de demais pessoas fora da brigada à atmosfera explosiva / Inadequação dos mecanismos para a revisão dos planos de resposta à emergência
28: Fonte de ignição introduzida pela ação de pessoas dentro de atmosfera explosiva / Falta de instruções claras/específicas para a realização das tarefas
Fonte: Relatório de Investigação do Incidente de Explosão no FPSO Cidade de São Mateus da Agência Nacional do Petróleo (ANP)

REPAROS NA PLATAFORMA
O navio-plataforma Cidade de São Mateus, que há quase um ano sofreu uma explosão na casa de bombas será enviado para um estaleiro em Singapura para passar por reparos.
A BW informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o FPSO (siga em inglês para Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de óleo) está em processo de preparação para o reboque, e atualmente passa pela etapa de desconexão das linhas de ancoragem.
Depois que a embarcação seguir para o exterior, não há um prazo para que ela retorne, nem uma definição se ela vai operar novamente.
 “Uma vez que a plataforma chegue ao estaleiro, será possível determinar o tempo necessário para os reparos e para que o FPSO volte a operar. A BW, no momento, está estudando cenários sobre a volta do FPSO”, justificou a multinacional norueguesa.

PREJUÍZOS
Dados como prejuízos, redução da produção e se as atividades vão ser retomadas no local continuam sem respostas mesmo após quase um ano do maior acidente do setor de petróleo e gás, no Espírito Santo
Fontes: @ZR; G1 ES- 11/02/2015 a 23/02/2015; Gazeta Online-12/02/2015, 18/02/2015,18/01/2016; UOL- 11 A 12/02/2015; Folha Vitória-12/02/2015, 26/02/2015; TN Petroleo-13/02/2015; Veja - 11/02/2015  

Comentário
Navios Plataforma tipo FPSO
Os FPSOs (Floating, Production, Storage and Offloading) são navios com capacidade produzir, processar e armazenar o petróleo, e fazer a transferência do petróleo e/ou gás natural para terra, através de navios - tanque ou, por dutos.Grande parte deste tipo de plataforma é resultado de conversão de navios – tanque (petroleiros) desativados, convertidos para plataforma, com retirada dos motores e outros componentes e instalação de equipamentos de produção, como separadores de óleo, gás e água, geradores,  turbinas, além de instalações de apoio como alojamentos, refeitórios, heliporto e outros.No convés do navio é instalada uma planta de processo para separar e tratar os fluidos (petróleo, gás e água) produzidos pelos poços. Depois de separado da água e do gás, o petróleo é armazenado nos tanques do próprio navio, sendo transferido para um navio aliviador de tempos em tempos. O navio aliviador é um petroleiro que atraca na popa da FPSO para receber petróleo que foi armazenado em seus tanques e transportá-lo para terra. O gás comprimido é enviado para terra através de gasodutos e/ou re-injetado no reservatório. Os maiores FPSOs têm sua capacidade de processo em torno de 200 mil barris de petróleo por dia, com produção associada de gás de aproximadamente 6 milhões m3 por dia.  

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