Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

sexta-feira, dezembro 01, 2017

Memória: Incêndio Gran-Circo Norte-Americano em Niterói

Dia 17 de dezembro de 1961, o que poderia ser uma agradável tarde circense em Niterói (RJ) transformou-se na maior tragédia ocorrida em circo no Brasil.

Vinte minutos antes de terminar o espetáculo do circo, às 15 h 45 min, um incêndio tomou conta da lona,  no exato momento em que a trapezista acabava de dar seu salto tríplice e cair na rede de proteção:. 
Em três minutos, o toldo, em chamas, caiu sobre os 2.500 espectadores, das quais 800 crianças.

PÂNICO
Em pânico e com medo das feras que se agitavam nas jaulas nos fundos do circo, uma multidão tentou fugir pela porta central de saída, uma armação em forma de túnel. Centenas de pessoas morreram queimadas e pisoteadas no local. A saída foi obstruída pelos corpos amontoados.

INSTITUTO MÉDICO LEGAL –IML
No Instituto Médico-Legal foram recolhidos 251 corpos, dos quais 23 ainda não identificados. Como não havia espaço no IML de Niterói, vários corpos estavam sendo recolhidos às câmaras de estocagem de carne bovina das Indústrias Frigoríficas Maveroy.

ATENDIMENTO HOSPITALAR
Desde o inicio da tragédia, 12 médicos da equipe de cirurgiões plásticos de Ivo Pitangui estão em Niterói, operando. Seis médicos argentinos, especialistas em cirurgia plástica, vieram ao Rio, com uma tonelada de medicamentos.
Os EUA forneceram 300 metros quadrados de pele humana congelada para ser usada no tratamento das vítimas.

VÍTIMAS
Em 18/12/1961, a estimativa de mortes era 330, a maioria crianças e pelo menos 200 feridos hospitalizados em Niterói e Guanabara e a maior parte destes se acha em estado grave, sendo que muitos provavelmente não sobreviverão.

CONTROVÉRSIA NO NÚMERO DE VÍTIMAS
■Em alguns jornais brasileiros publicaram um saldo de 330 mortes e 400 feridos
■Nos jornais internacionais publicaram um saldo de 383 mortes e 800 feridos
■Nas principais revistas médicas de cirurgias plásticas, publicaram 500 mortes.
■Na autobiografia do cirurgião plástico Ivo Pitangui, menciona 500 mortes

CAUSA DO INCÊNDIO
Criminoso. Jogaram gasolina da tenda do circo.
"Enquanto Valter Rosas dos Santos jogava gasolina pelo lado de fora do circo, Adílson Marcelino Alves assistia, ao espetáculo. Cinco minutos antes de terminar o show, saiu", contou aos policias na presença dos jornalistas.

CONDENAÇÃO
Três homens foram considerados culpados pelo incêndio, Adílson Marcelino Alves e Valter Rosa dos Santos foram condenados a 16 anos de reclusão. José dos Santos terá de cumprir 14 anos de prisão. A condenação de Adílson, vulgo Dequinha, equivale à prisão perpétua, pois sendo doente mental, a cada seis anos será submetido a um teste psiquiátrico.
Fonte: Universidade Federal Fluminense/História; Tribuna da Imprensa e Diário da Tarde, no período de  18 a 22 de dezembro de 1961

Marcadores:

posted by ACCA@4:06 PM